quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

A Base Química da Vida

Os Espíritos, de fato, não podem tudo revelar e não são infalíveis. Usar o argumento de que são Espíritos perfeitos é outro erro de juízo cuja fragilidade fica evidente quando indagamos sobre uma questão de mérito: pode uma criança no rudimento de seus estudos de aritmética julgar a excelência de um Doutor ou de um PHD em álgebra abstrata ou em Cálculo avançado? Claro que não. Do mesmo modo como é possível, Espíritos ainda tão primários, julgar a excelência de algum outro Espírito classificando-o como perfeito ou como próximo da perfeição, se não dispõe do conhecimento indispensável que lhe garanta um referencial de perfeição somente do conhecimento de outro Espírito perfeito e de Deus?

“Que pensaríeis de um homem que se erigisse em censor de uma obra literária sem conhecer literatura? De um quadro sem ter estudado pintura? É de uma lógica elementar que o crítico deva conhecer, não superficialmente, mas a fundo, aquilo de que fala. Sem o que sua opinião não tem valor.” – Allan Kardec (O que é o Espiritismo).

Para tratar de assuntos de Astronomia o mínimo exigido é que o crítico tenha um conhecimento razoável da ciência, principalmente de sua metodologia. Astronomia significa, etimologicamente falando, “a Lei das Estrelas” (do Grego: άστρο + νόμος), qualquer que seja o juízo que se deseja apresentar. É uma ciência que envolve a observação e a explicação de eventos que ocorrem fora dos domínios da Terra. Estuda a origem planetária, a evolução e propriedades físicas e químicas de tudo que pode ser observado direta ou indiretamente no espaço cósmico, bem como todos os processos que os envolvem.

“Para combater um cálculo, é preciso opor-lhe outro cálculo, mas, para isso, é preciso saber calcular. O crítico não deve se limitar a dizer que tal coisa é boa ou má; é preciso que ele justifique sua opinião por uma demonstração clara e categórica, baseada sobre os próprios princípios da arte ou da ciência. Como poderá fazê-lo quem ignora esses princípios? Poderíeis apreciar as qualidades e os defeitos de uma máquina se vós não conheceis a mecânica?”

Nossa crítica é orientada com base no pensamento kardeciano. Não deixaremos de examinar todas as ponderações que venham a ser feitas em oposição ao que defendemos, mas abraçaremos com cuidado e zelo às que venham a ser formuladas por estudiosos das “Leis das Estrelas”, desde que constituam tentativas para nos provar qualquer erro.

Não adianta querer inventar a verdade não se muda. A base química da vida não sofre variações no Universo - os elementos químicos serão sempre os mesmos, o que pode variar é a forma de se combinarem na constituição das substâncias. Nossa vida é devida particularmente ao Sol, que nos aquece e tem mantido a Terra girando em sua órbita estável e na zona habitável do sistema por quase 5 bilhões de anos. Mas nós não existiríamos se não fosse o carbono, o oxigênio e tantos outros elementos que nos constituem e contribuem para a riqueza da Terra e do Universo.









Onde foram criados esses elementos? O Sol não é responsável por isso, pois, tais elementos em sua superfície já estavam lá na época de seu nascimento.


O processo de formação dos elementos químicos em estrelas é conhecido como NUCLEOSSÍNTESE e ocorre no interior de estrelas como o Sol e de outras ainda mais complexas. Concorrem para isso as temperaturas e/ou as pressões colossais, favorecendo a interação próton-próton cuja cadeia expõe a anti-partícula e+ (pósitron), o neutrino (n) e a radiação gama (g).


No primeiro estágio, dois núcleos de hidrogênios se fundem para formar o núcleo de dêuteron, quando então um pósitron e um neutrino são emitidos. Como o neutrino não tem carga elétrica e se apresenta transparente ao campo gravitacional, consegue escapar em ato contínuodo interior da estrela. Tanto o pósitron como o elétron - respectivamente partícula e antipartícula - se aniquilam emitindo radiação gama. Em seguida ocorre a fusão do núcleo de dêuteron com o hidrogênio para então formar um isótopo do hélio com dois prótons e um nêutron em seu núcleo, ocorrendo no processo, mais emissão de radiação gama. Mas não pára aí: dois desses núcleos se fundem para formar um núcleo de hélio e um núcleo de hidrogênio. Nas estrelas mais quentes que o Sol e que se apresentam em uma outra fase de sua evolução, predomina o cíclo carbono-hidrogênio - fase conhecida como "ciclo do carbono" que tem início com a fusão de um núcleo de carbono, tendo como produtos um isótopo do nitrogênio e radiação gama. O ciclo é finalizado após a inserção de mais trÊs núcloes de hélio e o núcleo de carbono. Como no Universo não há perdas, frações de massas são convertidas em energia que quantitativamente pode ser calculada pela famosa equação de Einstein: E=mc². Na conversão de 4 átomos de H para 1 de He 1% da massa consumida dá lugar ao equivalente em energia.

Uma síntese do processo é apresentada no diagrama abaixo:


Na supernova observada por Tycho Brahe, no ano de 1572, apresenta atualmente apenas o que sobrou da explosão cataclísmica. São significativamente interessantes para o estudo da NUCLEOSSÍNTESE e, consequentemente, da origem dos elementos químicos. Ao lado temos uma ilustração da matéria arremessada pela onda de choque da explosão.



Uma supernova ocorre quando uma estrela massiva o seu material nuclear. Após esse instante a estrela deixa de estar em equlíbrio e colapsa, libertando enorme quantidade de energia. As camadas mais internas colapsam para o núcleo mas acabam por ser refletidas para trás devido à onde de choque que é também refletida pelo núcleo da estrela. Temos observado em Alpha Aa e Ab Aurigae (as duas gigantes amarelas conhecidas como estrelas mães de Capella) alguns indícios de que está ocorrendo alí algo que poderá resultar em uma, ou melhor duas supernovas. A ocorrência desse fenômeno deverá ser colossal.

Um comentário:

Unknown disse...

O espiritismo afirma categoricamente que o único espírito perfeito que se tem conhecimento que passou pela terra, foi Jesus.
A humanidade terrestre não teve a oportunidade de conhecer outros.
Outros tantos estão na condição de espíritos superiores.