quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Capella: Uma das Muitas "Indústrias Químicas" do Universo

Três átomos de hélio colidem e forma um átomo de carbono liberando fótons. Sabemos com certeza que o Sol converte aproximadamente 600 milhões de toneladas de hidrogênio em hélio por segundo, mantendo a vida aqui na Terra. Esta energia produzida pelo Sol, de L=3.837E33 ergs/s é equivalente a 5 trilhões de bombas de hidrogênio por segundo. Para comparar, a primeira bomba atômica de urânio, denominada como Little Boy e que explodiu na cidade de Hiroshima - de triste lembança para a humanidade - tinha uma potência equivalente a 20 mil toneladas de TNT (tri-nitro-tolueno ou nitroglicerina). Uma bomba de hidrogênio tem uma potência em torno de 20 milhões de toneladas de TNT.

Recentemente o FUSE (Far Ultraviolet Spectroscopic Explorer) da NASA possibilitou a descoberta de uma quantidade consideravelmente alta de CARBONO GASOSO num disco de poeira em torno de uma estrela descoberta recentemente, que passou a ser conhecida como Beta Pictoris. Esta descoberta tem ajudado no estabelecimento das origens de esferas ricas de carbono como o nosso próprio sistema solar e atuar decisivamente como indicadora de outros sistemas planetários mais antigos possíveis de sustentar a vida exobiológica.







Hoje, Beta Pictoris não é a única referência que dispomos para explicar a situação de Alpha Aurigae, mais conhecida como Capella, existem outras no mesmo estágio de evolução, cercada por poeira rica em carbono. Beta Pictoris e seu sistema planetário estão ainda na infância do ponto de vista cosmológico, tendo apenas 20 milhões de anos. Não tarda lembrar que existe uma variação nas faixas de evolução estelar de acordo com a massa da estrela, assim uma estrela com 1 milhão ou 30 milhões ou 525 milhões de anos de idade podem se encontrar em fases evolutivas semelhantes. A estrela que usamos como exemplo encontra-se a 60 ly da Terra e apresenta uma massa 1,8 vezes maior do o nosso Sol, apresenta assim uma evolução menos acelerada que do Capella que não exibe nenhum disco gasoso composto de poeira a gravitar em torno das duas estrelas-mães do sistema. De acordo com Goddart Spece Fligh Center da NASA, em Greenbelt, Maryland, feitas a conhecer na revista Nature, as novas análises do disco Beta Pictoris são as primeiras realizadas para um sistema deste tipo e esclarecem a forma como o gás se comporta no interior do disco, levantado novas questões sobre o desenvolvimento dos sistemas planetários.

Segundo explicam os cientistas da NASA, entre eles, Roberge, "Existe muito, mas muito mais carbono gasoso do que o esperado, podendo ter sido esse o aspecto do sistema solar quando jovem; não se descarta também a possibilidade de se estar observando um sistema de natureza diferente.

A origem do carbono gasoso ainda não é conhecida com bases conclusivas, supõe-se que ele pode ter sua origem durante a colisão de asteróides ou cometas que libertaram o material para o disco planetário. A origem do carbono presente nos asteróides e em muitas estrelas é bem conhecida, sendo a nucleossíntese a principal responsável.

O que nos revela a ANÁLISE ESPECTROSCOPICA de Capella?




As imagens mostradas acima referem-se a Capella (Ab) obtida pelos quatro detetores de ASCA. Os detetores Solid-Stat do Spectometer da imagem latente ( SIS) foram operados na modalidade acoplada quatro cargas do dispositivo (CCD). Em cada imagem dos detectores do Spectometer da imagem latente do gás, a fonte de calibração do ferro pode ser vista na borda do campo visual.


Sabemos que Capella é uma fonte em potencial de Raio X, o que por si já apresenta um grande entrave à existência de qualquer forma de vida biológica.

O SPECTRUM GRATING é dado forma olhando o número dos raios X detectados ao longo do “arco-iris raio X”. O spectrum grating pode revelar as linhas individuais das emissões de raio X por uma variedade de elementos e seus íons, por exemplo, linhas do Fe e do Ne (néon) são vistos na figura ao lado. Esta região de energia corresponde à indicada pela caixa branca seguinte e mais no spectrum de ACIS dado no slide anterior. O spectrum verde é dos gratings do megohm e o spectrum vermelho é dos gratings de HEG.




DO “DIAGNÓSTICO PLASMA”

Os raios X vistos aqui são criados pelos átomos aquecidos à temperatura de milhões de graus. Nestas altas temperaturas, os elétrons exteriores do átomo são “descartados” para outros átomos mais afastados; o átomo é um íon positivamente carregado e é parte de um plasma de alta tem
peratura.

Medindo a intensidade, o fluxo, das diferentes linhas emissoras, obtemos informações sobre o estado do plasma. As relações das linhas de fluxo do mesmo íon dependem da temperatura e da densidade, enquanto que os íons diferentes informam sobre o estado de ionização. Uma investigação mais abrangente pode ser feita na composição e na quantificação química envolvendo o sistema.


Todos nós estamos expostos a este tipo de radiação, sem muita escolha, um exemplo disso é a presença de monitores de computador e televisores. Estas são fontes clássicas de emissão de raio X, em pequena quantidade, é verdade, mas não deixa de ser. Os aparelhos mais recentes possuem dispositivos para evitar a emissão desta radiação, uma vez que ela não é muito benéfica para a vida humana, o que lhes conferem maior segurança. Nos monitores e aparelhos de TV, existe um dispositivo que emite e acelera elétrons, que são levados a colidirem contra um anteparo (a tela), ocorrendo um freiamento dos elétrons, produzindo assim, radiação X. Recebemos raio X do Sol, mas ocorre uma “filtragem” na atmosfera suficientemente densa e muito pouco chega a atingir o solo do planeta. Como vimos, os raios X são perigosos, muitas doenças são causadas por radiação. O problema é que os raios X são uma forma de radiação ionizante. Quando a luz normal atinge um átomo, ela não muda esse átomo de maneira significativa. Mas quando raios X atingem um átomo, ele pode expulsar elétrons desse mesmo átomo para criar um ION, ou seja, um átomo eletricamente carregado. Então, os elétrons livres entram em colisão com outros átomos para criar mais ÍONS. A carga elétrica de um íon pode gerar uma reação química anormal no interior das células. Entre outras coisas, a carga pode quebrar as cadeias de DNA e desenvolver uma série de mutações. Se várias células morrerem em decorrência, tipos variados de doenças podem ocorrer. No caso de mutação a célula pode se tornar cancerígena e produzir um tipo de câncer letal que pode se espalhar rapidamente por todo o organismo. Caso a mutação ocorra em um espermatozóide ou em um óvulo, pode originar defeitos congênitos graves.

Um mundo exposto a grandes emissões de raios X não tem como desenvolver qualquer forma de vida, pelo que acabamos de expor. O SPECTRUM GRATING é conclusivo: as componentes Aa e Ab de Capella, juntas representam uma perigosa fonte de raios X – cerca de 10000 vezes maior que o nosso Sol. Se um planeta como a Terra existisse a 150 milhões de quilômetros das duas gigantes amarelas seria necessária uma atmosfera extremamente densa o que também inviabilizaria a vida sobre sua superfície. Eis aí mais um entrave à existência de qualquer forma de vida orgânica nas cercanias de Capella.



terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Existe outra Química no Universo?

Nossa vida é devida, parcialmente, ao Sol, que nos fornece luz, a radiação que nos aquece e tem mantido a Terra em sua órbita estável por mais de 4 bilhões de anos. Mas, não existiríamos sem a química onde o carbono, o oxigênio, o hidrogênio e tantos outros elementos que nos constituem e contribuem para a riqueza da Terra e do Universo. E qual a origem desses elementos? Por certo não é o Sol responsável direto por cada um deles, a gênese e a evolução de cada substância primitiva é mais remota.


Os átomos ou elementos, a partir dos quais nossos corpos são formados, em boa parte foram criados em outras estrelas. A nebulosa que deu origem ao sistema solar é um subproduto da evolução de algum outro sistema mais ou menos complexo. As partes mais internas das estrelas funcionam como poderosas "fornalhas" nucleares, sendo assim responsáveis pelos processos de fusão de núcleos de elementos, transformando-os em novos núcleos ou novos elementos: é o que chamamos de NUCLEOSSÍNTESE.


Não existe somente a fusão como explicação para a gênese do elemento químico. Outros processos podem criar muitos elementos em várias etapas. Assim, cada estrela, cada sistema, tem uma função bem determinada na gênese da vida no Universo e mais do que isso são pontes para a evolução de todos os sistemas como num processo de “eterna reciclagem natural”. As estrelas de maior massa terminam suas vidas com uma colossal explosão chamada de super-nova. Nessa explosão, a maioria dos elementos é criada para compor outros corpos que por sua vez executam suas funções no Universo. Nossos corpos resultam de uma fase desse processo. É assim, em síntese, que A BASE QUÍMICA DA VIDA É FORMADA E NÃO TEM COMO SER DIFERENTE EM PARTE ALGUMA DO UNIVERSO. A vida orgânica, conhecida ou não dos homens da Terra, é constituída dos mesmos elementos químicos presentes mesmo em pontos remotos do Universo.

Quando dizemos que a QUÍMICA DO UNIVERSO é ÚNICA não estamos fazendo uso de uma opinião - há uma razão científica tida como axiomática (verdadeira por si mesma): a estrutura física do elemento químico. A estrutura atômica de qualquer elemento químico revela um núcleo atômico acompanhado de elétrons à sua volta. O hidrogênio é o elemento químico mais simples existente na natureza: possui apenas um próton e um elétron. O homem elaborou modelos eletrônicos para melhor compreender as ligações dos átomos na formação das substâncias compostas. A queima do hidrogênio no interior das estrelas dá origem ao hélio:


As partículas alfas são constituídas de dois prótons e dois nêutrons e, portanto, podem ser respresentadas por :




Características: velocidade inicial variando entre 3000 e 30000 km/s (velocidade média entre 20000 km/s ou 5% da velocidade da luz).


Pequeno poder de penetração.


Grande poder de ionização. Chama-se poder de ionização ou ionização específica ao número de íons que são formados por cm³ na trajetória da partícula. Quando a partícula alfa (mostrada logo acima) captura 2 elétrons do meio ambiente ela se transforma em um átomo de hélio.


O diagrama abaixo mostra o que vem acontecendo com as estrelas-mães Alpha Aa e Alpha Ab do sistema Capella: o XMM RGS SPECTRUM demonstra o atual estágio evolutivo da Química nas duas estrelas gigantes - qualquer especialista em análise espectral ou astrofísico pode concluir que o sistema, atualmente, encontra-se na fase final da queima do Hélio, já iniciando a queima do carbono fato indicado pelas linhas de emissão do ferro.

Quando nos referimos a um elemento químico seguido de um número, tal número, corresponde ao número de massa que é numericamente dado por A= Z+N onde Z designa o número de prótons ou o número atômico; N é o número de nêutrins do núcleo atômico. Os nomes dos diferentes elementos químicos (hidrogênio, hélio, nitrogênio, carbono, etc) mudam de acordo com o número de prótons em seus núcleos. Evidentemente não podem ser frações: trata-se de um número inteiro. Assim, por exemplo, temos a seqüência: Hidrogênio (Z=' ou 1 próton), Hélio (Z=2 ou 2 protons), Lítio (Z=3 ou 3 prótons), Berílio (Z=4 ou 4 prótons), Boro (Z=5 ou 5 prótons) , Carbono (Z=6 ou 6 prótons) e assim sucessivamente até os Mendeleviun (Z=101 ou 101 prótons), Nobélio (Z=102 ou 103 prótons), Laurêncio (Z=103 ou 103 prótons) e mais alguns até Z=126. NÃO HÁ QUALQUER BURACO NA TABELA PERIÓDICA, PORTANTO, TODOS OS ELEMENTOS QUÍMICOS DO UNIVERSO, ATÉ O 126, SÃO CONHECIDOS NA TERRA. Não existe outra Química como podemos constatar, pois a existência de outra química implicaria na existência de outros elementos químicos desconhecidos. Obviamente não descartamos a existência de outros elementos materiais, mas eles são de natureza diferente, tais como as subpartículas que conhecemos e que precisam se combinar de alguma forma para dar origem aos elementos químicos, sem os quais a matéria não se poderia organizar.

Muitos afirmam ingenuamente que existe uma "outra química" para justificar a vida em outros mundos, como vimos, essa idéia não passa de sofisma. O que pode ocorrer é uma imensa variação na forma de combinação dos elementos químicos existentes, dando origem a uma grande diversidade de formas orgânicas - por acaso não é o que acontece na Terra?
Qual a semelhança entre um homem e um gafanhoto? Um homem e algum ser vivo de alguma das regiões abissais do planeta? Químicas diferentes ou substâncias combinadas numa das inúmeras variações possíveis?
A descoberta de novas espécies em regiões profundas dos oceânos serve para ilustrar a grande diversidade da vida em nosso planeta. Os seres recentemente descobertos poderiam ser confundidos com alinígenas sem nenhuma dúvida, dada a aparência bizarra. Veja o caso do polvo-dumbo: suas estruturas semelhantes a orelhas teriam sido, no passado, tentáculos, modificados pela evolução da espécie. Têm como função, servir de nadadeiras, movimentando-o para cima ou para baixo. É encontrado em regiões relativamente profundas, entre 300 e 5000 metros.

Uma outra espécie variante do polvo-dumbo, diferente da anterior que apresenta cerca de 1,5m de comprimento, apresenta-se com apenas 0,20 m. Ele se move com a ajuda das orelhas, dos curtos tentáculos e de um jato de água que suga o oceano e expele pelo corpo para dar impulso. Vive a 400 m de profundidade.

Em regiões mais profundas, onde a luz do Sol não chega e a pressão esmagaria um ser da superfície, os biólogos costuma encontrar inúmeras espécies desconhecidas. São peixes, polvos, lulas, águas vivas, seres que ao longo da evolução adquiriram aparência surpreendente ao se adaptar ao ambiente hostil em que vivem.

Atualmente, cinco submarinos russos, um francês e um japonês, fazem pesquisas em águas profundas, a mais de 3000 m. A cada duas espécies que eles encontram, uma era totalmente desconhecida da ciência. Cerca de 220 espécies diferentes foram encontradas mais recentemente. Encontram-se publicadas num livro recém-lançado nos EUA ( The Deep: The Extraodinary Creatures of the Abiss) . Ao lado temos uma espécie ainda não identificada pelos biólogos. Sabe-se apenas que é um organismo que produz luz própria, algo frequente entre os seres que vivem nas regiões abissais, cerca de 2000 metros de profundidade.



Já este ser ao lado, é um inseto pertencente à sub-ordem Caelifera da ordem Orthoptera, caracterizados por terem "o fêmur" das pernas posteriores muito grandes e fortes, o que lhes permite deslocarem-se aos saltos. Algumas espécies voam em grandes bandos que pdoem devastar grandes áreas agrícolas. Os gafanhotos são polígafos, se alimentam de folhas de vários tipos de plantas, sendo suas preferidas: citros, arros, soja, pastagens, alfafa, eucalipto, entre outras.

Todos os seres vivos do planeta tem algo em comum com os homens: os mesmos elementos químicos, embora combinados de formas diversas.

Como já foi dito, além dos elementos químicos ou dos átomos, considera-se a existência das subpartículas e uma combinação delas (em condições apropriadas) pode dar origem ao elemento químico mais simples que se conhece: o Hidrogênio. Entre eles citamos os Léptons, Quarks e os Bósons intermediários.

O quadro ao lado apresenta uma lista contendo as subpartículas que citamos bem como a simbologia universal usada pela ciência.


Nas Super Novas elétrons passam a orbitar os prótons, formando átomos de Hidrogênio. Os átomos de Hidrogênio representam aproximadamente 75% da massa do gás interestelar, que por sua vez ocupa 99% do volume interestelar. Ro (gás)=1 átomo/cm³, para efeito de comparação Ro(ar)=30.10^18 mol/cm³.
Um átomo neutro de H emite uma radiação quando a direção de rotação do próton e létron é alterada - onda de 21 cm de comprimento com uma freqüência em torno de 1420000000 Hz. A aglomeração dos átomos em nuvens aumenta a atração gravitacional e favorece o colapso da massa aumentando a temperatura e formando uma estrela - o calor opõem-se a completa contração. Portanto, as estrelas são formadas pelo adensamento do hidrogênio.
Com o tempo, formam-se todos os elementos da tabela periódica, finalizando com o ferro - núcleo da estrela - quando então ocorre a interrupção do processo de fusão e tem início o total colapso da matéria.
A contração da matéria sobre um núcleo metálico não compressível gera um ricochete explosivo, que dispersa uma nuvem de isótopos mais pesados no espaço interestelar, é quando se forma a molécula de água. O diagrama apresentado ao lado foi obtido de Alpha Aa Capella, através do EXOSAT, MOSTRA A DISTRIBUIÇÃO DAS LINHAS DE FERRO, lembrando que 1 angstron corresponde a 10^(-10) m. Entretanto, a corona mais profunda, quente da estrela Aa é muito mais variável do que a apresentada na estrela Ab. Os espectros ultravioletas extremos das estrelas Aa e Ab indicam a presença de linhas de emissão de ferro (Fe XV ao Fe XXIV) o que indica início de colapso da matéria: Capella Aa e Ab caminha rapidamente para uma Super Nova. Mas pelo processo que descrevemos acima, apresenta uma concentração razoável de moléculas de água, sem que isso possa significar a presença de vida orgânica. Precisamos estar atentos ao fato de que não existe qualquer planeta nas cercanias do sistema.
COMO SE FORMOU A ÁGUA NA TERRA?
A nebulosa que originou o sistema solar possuia uma grande quantidade de água. O volume de água existente na Via Láctea pode superar em alguns milhões de vezes o volume do Sol, isto se considerarmos uma estimativa feita em cima do que foi descoberto. Uma vez que o centro da nebulosa que entrou em colapso, criando o Sol, a matéria restante ao redor iniciou um movimento de rotação, dando origem ao movimento orbital de fás e de poeira cósmica.
MUITO AO CONTRÁRIO DO QUE PENSAVA EMMANUEL, A TERRA QUANDO FOI FORMADA JÁ CONCENTRAVA MOLÉCULAS DE ÁGUA. Gelo tende a se formar sobre os grãos de poeira, como tem sido observado em várias nuvens de gás observadas fora do sistema solar. A formação de planetesimais associa-se à presença de água. Em cerca de 1 milhão de anos a coalescência de poeira deu origem a planetesimais e eventualmente a protoplanetas. Após a formação de algumas dezenas de pequenos planetas, choques violentos passam ocorrer, acionando o efeito maré, acabam por se fundir, pois a colisão de grandes corpos estelares gera grande quantidade de calor, o que pode acabar fundindo e até mesmo vaporizando as rochas, ocasionando a liberação de moléculas de água que mais tarde se resfria congelando.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Capella, uma estrela muito jovem ...

O diagrama ao lado mostra como ocorre a captura de plasma por uma componente de um sistema duplo. Fato semelhante ocorre com as duas estrelas principais do sistema capelino. A seguir temos uma imagem impressionante de Capella onde se pode ver com absoluta clareza o que acabamos de afirmar.

No Sistema Capella (Alpha-Aurigae) temos como estrelas principais uma BINÁRIA DO TIPO SPECTROSCOPIC, duplamente alinhada. Com a estrela Aa ligeiramente mais maciça, evoluindo mais rapidamente e um pouco mais fria que sua companheira Ab. Ambas se apresentam em seu primeiro ascendente para uma gigante vermelha. A estrela Aa já iniciou a fusão de seu hélio interno no carbono, pois a baixa quantidade de lítio em sua superfície é indicativa de uma diluição por um envelope inteiramente convectivo.
Veja no figura seguinte (a segunda desta página) o que está ocorrendo neste momento com as componentes Aa e Ab do sistema capelino.
O esquema feito acima reproduz com fidelidade a turbulência exibida na foto real.
Pelo fato da estrela Aa ser mais maciça ela possui uma força gravitacional maior e o efeito da maré que ocasiona em Ab gera maior turbulência, o que provoca um deslocamento de plasma no sentido da estrela de menor massa para a de maior massa. Em nada se compara à Terra tanto em matéria de estabilidade como em sua linha evolutiva. Veja você mesmo a foto ao lado.

A estrela de maior massa encontra-se na parte inferior.


Uma estrela jovem pode morrer antes de uma estrela velha? Com certeza isso ocorre quando a estrela jovem possui muito mais massa que o nosso Sol, que tomamos como referência pois dados muito bons asseguram sua idade em torno
de 6 bilhões de anos. Para efeito de comparação vamos fazer uma estimativa da idade de Capella
Aa . Consideremos a fórmula que demonstramos sumariamente em uma outra parte deste trabalho. Elaboramos um programinha bem simples em QB para agilizar os cálculos, uma vez que teríamos de recorrer a logaritmos para resolvê-la manualmente.
REM Cálculo do tempo médio de vida de uma estrela
REM
10 CLS
PRINT "Entre com o nome da ESTRELA:": INPUT n$
PRINT "Tempo de vida médio da Estrela:", n$
LET ms=1.99E+30
PRINT
PRINT "Razão entre as massas ms (do Sol) e da estrela (me)": PRINT
INPUT r
PRINT "me/ms =", r
REM Tomando por base a estimativa média do tempo de vida do Sol
LET vs=5500000000
PRINT "Massa do Sol:",ms
LET ve=vs*(1/r)^(2.33)
PRINT
PRINT "-----------------------------------------------------------------------------"
LET me=r*ms
PRINT "Tempo de vida média da estrela", n$
PRINT
PRINT "ve=",ve
PRINT "Tempo de vida média do Sol:",vs
PRINT
PRINT "Outro Cálculo?", "Digite s para continuar ou outra tecla para encerrar"
INPUT B$
IF B$="s" or B$="S" then GOTO 10
STOP
O resultado obtido foi o seguinte:
Massa do Sol: 1.99 E+30
me/ms = 2.7
Tempo de vida média da estrela Alpha Aurigae ou Aa Capella:
ve=5436072E+08
Tempo de vida média do Sol:
vs=5.5 E+09
O resultado mostra que a idade da estrela Aa encontra-se avaliada em torno de 543 milhões de anos. Algumas estimativas recuam um pouco mais: algo em torno de 525 milhões de anos. Não se pode esperar uma precisão quase absoluta em tal cálculo. Mas o fato mais apreciável é que, seguramente a idade de Capella (Aa) é oito vezes menor do a idade do Sol. Por certo, quando Capella se formou, alguns dinossauros já andavam na Terra.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

A Base Química da Vida

Os Espíritos, de fato, não podem tudo revelar e não são infalíveis. Usar o argumento de que são Espíritos perfeitos é outro erro de juízo cuja fragilidade fica evidente quando indagamos sobre uma questão de mérito: pode uma criança no rudimento de seus estudos de aritmética julgar a excelência de um Doutor ou de um PHD em álgebra abstrata ou em Cálculo avançado? Claro que não. Do mesmo modo como é possível, Espíritos ainda tão primários, julgar a excelência de algum outro Espírito classificando-o como perfeito ou como próximo da perfeição, se não dispõe do conhecimento indispensável que lhe garanta um referencial de perfeição somente do conhecimento de outro Espírito perfeito e de Deus?

“Que pensaríeis de um homem que se erigisse em censor de uma obra literária sem conhecer literatura? De um quadro sem ter estudado pintura? É de uma lógica elementar que o crítico deva conhecer, não superficialmente, mas a fundo, aquilo de que fala. Sem o que sua opinião não tem valor.” – Allan Kardec (O que é o Espiritismo).

Para tratar de assuntos de Astronomia o mínimo exigido é que o crítico tenha um conhecimento razoável da ciência, principalmente de sua metodologia. Astronomia significa, etimologicamente falando, “a Lei das Estrelas” (do Grego: άστρο + νόμος), qualquer que seja o juízo que se deseja apresentar. É uma ciência que envolve a observação e a explicação de eventos que ocorrem fora dos domínios da Terra. Estuda a origem planetária, a evolução e propriedades físicas e químicas de tudo que pode ser observado direta ou indiretamente no espaço cósmico, bem como todos os processos que os envolvem.

“Para combater um cálculo, é preciso opor-lhe outro cálculo, mas, para isso, é preciso saber calcular. O crítico não deve se limitar a dizer que tal coisa é boa ou má; é preciso que ele justifique sua opinião por uma demonstração clara e categórica, baseada sobre os próprios princípios da arte ou da ciência. Como poderá fazê-lo quem ignora esses princípios? Poderíeis apreciar as qualidades e os defeitos de uma máquina se vós não conheceis a mecânica?”

Nossa crítica é orientada com base no pensamento kardeciano. Não deixaremos de examinar todas as ponderações que venham a ser feitas em oposição ao que defendemos, mas abraçaremos com cuidado e zelo às que venham a ser formuladas por estudiosos das “Leis das Estrelas”, desde que constituam tentativas para nos provar qualquer erro.

Não adianta querer inventar a verdade não se muda. A base química da vida não sofre variações no Universo - os elementos químicos serão sempre os mesmos, o que pode variar é a forma de se combinarem na constituição das substâncias. Nossa vida é devida particularmente ao Sol, que nos aquece e tem mantido a Terra girando em sua órbita estável e na zona habitável do sistema por quase 5 bilhões de anos. Mas nós não existiríamos se não fosse o carbono, o oxigênio e tantos outros elementos que nos constituem e contribuem para a riqueza da Terra e do Universo.









Onde foram criados esses elementos? O Sol não é responsável por isso, pois, tais elementos em sua superfície já estavam lá na época de seu nascimento.


O processo de formação dos elementos químicos em estrelas é conhecido como NUCLEOSSÍNTESE e ocorre no interior de estrelas como o Sol e de outras ainda mais complexas. Concorrem para isso as temperaturas e/ou as pressões colossais, favorecendo a interação próton-próton cuja cadeia expõe a anti-partícula e+ (pósitron), o neutrino (n) e a radiação gama (g).


No primeiro estágio, dois núcleos de hidrogênios se fundem para formar o núcleo de dêuteron, quando então um pósitron e um neutrino são emitidos. Como o neutrino não tem carga elétrica e se apresenta transparente ao campo gravitacional, consegue escapar em ato contínuodo interior da estrela. Tanto o pósitron como o elétron - respectivamente partícula e antipartícula - se aniquilam emitindo radiação gama. Em seguida ocorre a fusão do núcleo de dêuteron com o hidrogênio para então formar um isótopo do hélio com dois prótons e um nêutron em seu núcleo, ocorrendo no processo, mais emissão de radiação gama. Mas não pára aí: dois desses núcleos se fundem para formar um núcleo de hélio e um núcleo de hidrogênio. Nas estrelas mais quentes que o Sol e que se apresentam em uma outra fase de sua evolução, predomina o cíclo carbono-hidrogênio - fase conhecida como "ciclo do carbono" que tem início com a fusão de um núcleo de carbono, tendo como produtos um isótopo do nitrogênio e radiação gama. O ciclo é finalizado após a inserção de mais trÊs núcloes de hélio e o núcleo de carbono. Como no Universo não há perdas, frações de massas são convertidas em energia que quantitativamente pode ser calculada pela famosa equação de Einstein: E=mc². Na conversão de 4 átomos de H para 1 de He 1% da massa consumida dá lugar ao equivalente em energia.

Uma síntese do processo é apresentada no diagrama abaixo:


Na supernova observada por Tycho Brahe, no ano de 1572, apresenta atualmente apenas o que sobrou da explosão cataclísmica. São significativamente interessantes para o estudo da NUCLEOSSÍNTESE e, consequentemente, da origem dos elementos químicos. Ao lado temos uma ilustração da matéria arremessada pela onda de choque da explosão.



Uma supernova ocorre quando uma estrela massiva o seu material nuclear. Após esse instante a estrela deixa de estar em equlíbrio e colapsa, libertando enorme quantidade de energia. As camadas mais internas colapsam para o núcleo mas acabam por ser refletidas para trás devido à onde de choque que é também refletida pelo núcleo da estrela. Temos observado em Alpha Aa e Ab Aurigae (as duas gigantes amarelas conhecidas como estrelas mães de Capella) alguns indícios de que está ocorrendo alí algo que poderá resultar em uma, ou melhor duas supernovas. A ocorrência desse fenômeno deverá ser colossal.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Sobre a Vida em Outros Mundos


A EXOBIOLOGIA É A CIÊNCIA QUE ESTUDA A POSSIBILIDADE DA VIDA EM OUTROS MUNDOS. Com a descoberta de planetas em órbita de outras estrelas, não se pode deixar de imaginar sobre a possibilidade da existência de vida além do nosso sistema solar. Apesar de não ter sido encontrada ainda qualquer evidência de vida extra-planetária, e todo o conhecimento sobre organismos e processos biológicos estar limitado ao que se tem acesso na Terra, existe uma série de hipóteses e especulações que podem ser criadas para se tentar prever como a vida se desenvolveria e se adaptaria em outras esferas planetárias.

[Allan Kardec in nota à resposta da Q. 55 de O Livro dos Espíritos]

Deus povoou de seres vivos os mundos, concorrendo todos esses seres para o objetivo final da Providência. Acreditar que só os haja no planeta que habitamos fora duvida da sabedoria de Deus, que não fêz coisa alguma de inútil. Certo, a esses mundos há de ele ter dado uma destinação mais séria do que a de nos recrearmos a vista. Aliás nada há, nem na posição. nem no volume, nem na constituição física da Terra, que possa induzir à suposição de que ele goze do privilégio de ser habitada, com exclusão de tantos milhares de milhões de mundos semelhantes."

Precisamos responder a muitas perguntas antes de apresentarmos qualquer conclusão, negando ou aceitando, a existência de vida orgânica em um exoplaneta, por exemplo:

1- O que é necessário para uma estrela ter em sua órbita algum planeta capaz de abrigar a vida orgânica?

2- As condições, para existir vida em algum lugar do universo precisam ser, em qualquer planeta, as mesmas existentes na Terra?


3- Existe alguma forma de vida com base em alguma química desconhecida do homem?


4- Uma estrela tem vida?

Apresentaremos, a seguir, alguns fatos importantes na tentativa de respondermos uma a uma, cada questão proposta.




Diagrama Hertzsprung-Russell

A primeira condição, para que se possa considerar uma possibilidade, mínima que seja, de existência de algum planeta localizado em uma zona habitável, é que ele esteja na seqüência principal do diagrama HR.


Histograma do número de estrelas perto do Sol, por tipo. A distribuição de estrelas por massa na seqüência principal chama-se Função Inicial de Massa (IMF), e indica que para cada 300 estrelas de 1 massa solar existe somente uma com 10 massas solares [IMF~(M/MSol)-2,35, Edwin E. Salpeter. 1955, Astrophysical Journal, 121, 161].


Se a estrela não se encontra na seqüência principal não será suficientemente estável para possuir um sistema planetário, onde algum de seus componentes possa estar numa zona habitável. O diagrama Hertzsprung-Russel, ou de forma simplificada, diagrama HR mostra algumas relações gerais entre as estrelas e possíveis ciclos de queima que estariam ocorrendo em seus interiores. Na figura acima, a seqüência principal aparece indicada por V, é onde se encontra o nosso Sol (na faixa alaranjada), justamente a faixa que indica a presença das estrelas que queimam hidrogênio. Na faixa IV, as estrelas queimam hélio produzindo carbono e oxigênio. Capella encontra-se na seqüência III onde as gigantes amarelas esgotaram praticamente todo o hélio que tinham a queimar e já iniciam a queima do carbono, evoluindo rapidamente para a faixa II, das gigantes vermelhas.

Ainda é um desafio para os astrônomos o estudo da evolução estelar numa escala de milhões ou bilhões de anos, pois nossa vida útil na Terra não vai muito além de 50 anos. Com o diagrama HR podemos ter muitas respostas: basta observar todos os tipos de estrelas existentes em todas as suas fases evolutivas possíveis, e tais estrelas podem perfeitamente estar ajustadas no diagrama HR. Pesquisadores desenvolvem teorias sobre como são as peças do quebra-cabeça que, uma vez montado, justamente com as teorias físicas, poderá informar sobre a vida de uma estrela. Capella é uma estrela muito conhecida, principalmente pela sua localização e grandeza – está perfeitamente determinada no diagrama HR, onde não deixa qualquer dúvida sobre suas características mais relevantes. O diagrama HR e suas variações, serve para correlacionar e deduzir parâmetros estrelares que são, em geral, muito difíceis de serem obtidos diretamente.


Estrelas turbulentas, não estáveis, como Capella (Alpha Aurigae) e Betelgueuse, geralmente, despejam a grandes distâncias jatos de plasma a elevadas temperaturas. Inviabiliza qualquer forma de vida orgânica, mesmo porque a quantidade de Raio X seria mortal.

Dependendo do tamanho e da massa da estrela, jatos de plasmas podem ultrapassar em muito a distância de 200 UA e sua temperatura pode superar milhões de graus Kelvin, inviabilizando a existência de uma zona habitável.


Quando o combustível no núcleo de uma estrela termina, ela começa a morrer, saindo da seqüência principal, quando suas características voltam a se alterar. Em termos gerais, os estágios finais da evolução estelar podem ser mais tranquilos ou mais catastróficos, e isso vai depender crucialmente da mass das estrelas.

A massa estelar é um fator determinante para o fim. O tempo de vida t* de uma estrela na seqüência principal depende de quanta energia ela tem armazenada (sua massa M* ) e a taxa com que ela gasta essa energia (sua luminosidade L*). Esse tempo de vida pode ser expresso por t*=M*/L* . Podemos então estimar t* a partir da relação :


Sendo a relação massa-luminosidade dada por: (equação dada abaixo)





Desta forma, temos a equação abaixo:

Isso nos indica que estrelas de altas massas ficarão na seqüência principal por um curto período e as de baixa massas ficarão nela por um tempo muito maior. Exemplos de casos extremos são as estrelas do tipo O ou B que ficam nessa fase apenas algumas dezenas de milhões de anos, e as estrelas do tipo anãs vermelhas, que podem ficar alguns trilhões de anos tranquilamente queimando seu hidrogênio. As duas gigantes amarelas, que são as estrelas principais do sistema capelino, apesar de uma idade oito vezes menor que a do Sol, deixou a seqüência principal há muitos milhões de anos atrás.

Os Espíritos não podem tudo revelar!

[A Gênese - cap. I:60]

Os Espíritos não se manifestam para libertar do estudo e das pesquisas o homem, nem para lhes transmitirem, inteiramente pronta, nenhuma Ciência. Com relação ao que o homem pode achar por si mesmo, eles o deixam entregue às suas próprias forças. Isso sabem-no hoje perfeitamente os espíritas. De há muito, a experiência há demonstrado ser errôneo atribuir-se aos espíritos todo o saber e toda a sabedoria e supor-se que baste a quem quer que seja dirigir-se ao primeiro Espírito que se apresente para conhecer todas as coisas. Saídos da Humanidade, eles constituem uma de suas faces. Assim como na Terra, no plano invisível também os há superiores e vulgares; muitos, pois, que, cientifica e filosoficamente, sabem menos do que certos homens; eles DIZEM O QUE SABEM, NEM MAIS NEM MENOS, Do mesmo modo que os homens, os Espíritos mais adiantados podem instruir-nos sobre maior porção de coisas, dar-nos opiniões mais judiciosas, do que os atrasados. Pedir o homem conselho aos Espíritos não é entrar em entendimento com potências sobrenaturais, mas sim a seus iguais, àquelas mesmas pessoas a quem nos teríamos dirigidos em vida; a seus pais, a seus amigos, ou a indivíduos mais esclarecidos que nós. Eis, pois, o que é importante de persuadir-nos, sendo este um ponto ignorado por aqueles que, não havendo estudado o Espiritismo, fazem para mesmos uma idéia completamente falsa sobre a natureza do mundo dos Espíritos e das relações de além túmulo.
Convém manifestarmos nosso desapontamento com aqueles que se declaram espíritas, mas que ignoram ou fingem ignorar, ou interpretam de acordo com suas conveniências. O que diz o prof. José Herculano Pires a propósito?
[A Pedra e o Joio - José Herculano Pires]
O simbolo da pedra de toque é usado (...) para representar a Codificação do Espiritismo. Qualquer novidade que apareça no meio doutrinária pode revelar a sua legitimidade ou a sua falsidade num simples toque dos seus princípios com os da doutrina codificada. Na crítica aprofudanda que faz da Teoria Corpuscular do Espiritismo oferece um modelo seguro de análise que devem ser submetidas todas as inovações propostas. De posse desse modelo os estudiosos terão um roteiro eficiente para sua orientação no uso do bom senso e da razão crítica.A palavra crítica é aqui usada no sentido clássico de avaliação de uma obra ou de uma teoria e não no sentido popular de censura ou maledicência. A crítica como avaliação é indispensável ao desenvolvimento da cultura, ao aprimoramento da inteligência. Sem a justa apreciação de livros e doutrinas estamos sujeitos a enganos que nos levarão a situações desastrosas. Há doutrinas apresentadas com roupagem literária e científica enganadora. Precisamos despí-las para chegar à verdade que, segundo a tradição, só pode ser conhecida em sua nudez.O joio é uma excelente de gramínea que nasce no meio do trigo, prejudicando a seara. No Evangelho ele aparece como símbolo de doutrinas errôneas. O autor utilizou dessa imagem para caracterizar as pretensas renovações doutrinárias que surgem no meio espírita. Passa em revista as que mais se destacam no momento, advertindo o leitor contra os perigos que apresentam, e aprofunda a sua crítica, de maneira minuciosa e severa, ao tratar da que lhe parece mais representativa.
Seu objetivo é mostrar a necessidade de encarar-se o Espiritismo como doutrina apoiada em métodos seguros de pesquisa e interpretação da realidade, que não pode ser tratada com leviandade. Oferece ao leitor uma exposição do método de Kardec, até hoje praticamente não analisado, e chama a atenção dos estudiosos para a importância de conhecerem esse método, a fim de não se deixarem enganar pelo joio e poderem examinar de maneira eficaz as novidades que surgem no meio doutrinário.
O movimento espírita brasileiro ignora Kardec quando se trata aplicar suas recomendações . Tudo se publica sem exame diante da pedra de toque. Então por que aceitar a informação de que "os exilados vieram de Capella" sem o devido exame? A alegação de que Emmanuel é um Espírito puro ou superior não é suficiente, como vimos em um outro momento.
Não se justifica nenhuma reação adversa quanto às nossas ponderações arrazoadas quando constituem um juízo centrado na mais estrita lógica doutrinária espírita, perfeitamente de acordo com as obras balizadoras – únicas quando se trata de traçar a linha metodológica a ser seguida no trabalho da crítica espírita. Por hora estamos apresentando as referências doutrinárias como ponto de partida para a defesa das idéias que abraçamos, antes de desenvolvermos as razões científicas que por si bastariam para provar a impossibilidade de existência de exoplanetas e conseqüentemente de vida orgânica em qualquer das estrelas capelinas existentes.

Por acaso, quando se trata de identificar qual, ou quais mundos são habitados por inteligências algo semelhantes aos dos humanos terráqueos, não se trata de guiar descobertas que competem à Ciência? Não envereda o autor espiritual por caminhos que fogem à sua competência? Não vejo razão alguma para desprezarmos Kardec tão somente por se tratar de um trabalho de crítica que afeta Emmanuel e seu famoso médium. Mais uma vez citamos Erasto: “É necessário distinguir as comunicações verdadeiramente sérias das comunicações falsamente sérias, o que nem sempre é fácil, porque é graças à própria gravidade da linguagem que certos Espíritos presunçosos ou pseudo-sábios tentam impor as suas idéias mais falsas e os sistemas mais absurdos. E, para se fazerem mais aceitos e se darem maior importância, eles não têm escrúpulos de se adornar com os nomes mais respeitáveis e mesmo os mais venerados.” Allan Kardec muito insistiu num ponto, que convém relembrarmos: “Já dissemo-lo cem vezes: PARA NÓS A OPINIÃO DE UM ESPÍRITO, SEJA QUAL FOR O NOME QUE A TRAGA, TEM APENAS O VALOR DE UMA OPINIÃO PESSOAL. Nosso critério está na concordância universal, corroborada por uma lógica rigorosa, para as coisas que não podemos controlar com os próprios olhos. De que nos serviria prematuramente dar uma doutrina como verdade absoluta, se, mais tarde, devesse ela ser combatida pela generalidade dos Espíritos?

Ecoa em nossas mentes, sem cessar, as recomendações que foram inseridas na Codificação, não por acaso, ou apenas para preencher lacunas em algumas páginas mas, para nos mantermos atentos com “... os ditados mentirosos e astuciosos, emanados de uma turba de Espíritos enganadores, imperfeitos e maus.” E exortou a todos “... a desconfiar das comunicações que têm um caráter de misticismo, ou que prescrevem cerimônias e atos bizarros porque então há um motivo legítimo de suspeita”, pois, “quando uma verdade deve ser revelada à Humanidade, é, por assim dizer, instantaneamente comunicada em todos os grupos sérios que possuem médiuns sérios.” Mas a seriedade, o histórico revelador de muitos anos dedicados à causa espírita, tanto no aspecto social e assistencial como em sua divulgação e propagação, não se apresenta como elemento que possa garantir qualquer infalibilidade no campo das idéias.



Os Espíritos, de fato, não podem tudo revelar e não são infalíveis. Usar o argumento de que são Espíritos perfeitos é outro erro de juízo cuja fragilidade fica evidente quando indagamos sobre uma questão de mérito: pode uma criança no rudimento de seus estudos de aritmética julgar a excelência de um Doutor ou de um PHD em álgebra abstrata ou em Cálculo avançado? Claro que não. Do mesmo modo como é possível, Espíritos ainda tão primários, julgar a excelência de algum outro Espírito classificando-o como perfeito ou como próximo da perfeição, se não dispõe do conhecimento indispensável que lhe garanta um referencial de perfeição somente do conhecimento de outro Espírito perfeito e de Deus?

“Que pensaríeis de um homem que se erigisse em censor de uma obra literária sem conhecer literatura? De um quadro sem ter estudado pintura? É de uma lógica elementar que o crítico deva conhecer, não superficialmente, mas a fundo, aquilo de que fala. Sem o que sua opinião não tem valor.” – Allan Kardec (O que é o Espiritismo).



Para tratar de assuntos de Astronomia o mínimo exigido é que o crítico tenha um conhecimento razoável da ciência, principalmente de sua metodologia. Astronomia significa, etimologicamente falando, “a Lei das Estrelas” (do Grego: άστρο + νόμος), qualquer que seja o juízo que se deseja apresentar. É uma ciência que envolve a observação e a explicação de eventos que ocorrem fora dos domínios da Terra. Estuda a origem planetária, a evolução e propriedades físicas e químicas de tudo que pode ser observado direta ou indiretamente no espaço cósmico, bem como todos os processos que os envolvem.



“Para combater um cálculo, é preciso opor-lhe outro cálculo, mas, para isso, é preciso saber calcular. O crítico não deve se limitar a dizer que tal coisa é boa ou má; é preciso que ele justifique sua opinião por uma demonstração clara e categórica, baseada sobre os próprios princípios da arte ou da ciência. Como poderá fazê-lo quem ignora esses princípios? Poderíeis apreciar as qualidades e os defeitos de uma máquina se vós não conheceis a mecânica?”



Nossa crítica é orientada com base no pensamento kardeciano. Não deixaremos de examinar todas as ponderações que venham a ser feitas em oposição ao que defendemos, mas abraçaremos com cuidado e zelo às que venham a ser formuladas por estudiosos das “Leis das Estrelas”, desde que constituam tentativas para nos provar qualquer erro.


terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Os Exilados não são de Capella - Parte I

Comunidade "Os Exilados não são de Capella", do novo Orkut, acione o lik ou copie e cole, para entrar e participar:


Mais difícil do que convencer alguém a aceitar novos conceitos é convencer alguém a “se livrar” dos velhos.

A imobilidade, em lugar de ser uma força, se torna uma causa de fraqueza e de ruína para quem não segue o movimento geral; ela rompe a unidade, porque aqueles que querem ir adiante se separam daqueles que se obstinam em permanecer para trás.
Predições do Evangelho – Gênese: Cap. XVII

SOBRE A CRÍTICA ESPÍRITA

DEUS nos deu julgamento e bom senso para nos servirmos deles. Os Espíritos superiores são os primeiros a recomendar-nos sempre o procedimento judicatório, e nos dão com isso prova de sua superioridade. Longe de se formalizarem com a CRÍTICA, pedem-na incessantemente. Só os Espíritos inferiores pretendem impor autoridade e fazer aceitar tudo quanto dizem – e dizem, não raro, verdadeiras utopias – como se a qualidade de Espírito conferisse méritos que não possuem ou fosse bastante para se fazerem acreditar sob palavra. É que eles sabem muito bem que tudo têm a perder quando suas palavras são submetidas a exame.

(Revue Spirite – 1860 – pág. 108)‏

Bem às avessas, um número considerável de dirigentes e frequentadores de instituições espíritas condena a crítica, principalmente quando ela é dirigida a obras de médiuns famosos e a textos atribuídos a Espíritos tidos como notáveis. Há um pouco mais de um ano, um diretor de uma emissora espírita simplesmente proibiu que qualquer matéria discutindo a possibilidade real de Espíritos exilados não terem se originado de Capella, fosse discutido em qualquer programa. Coisa incompreensível para um Espírita; sem dúvida um ato de violência cometida contra a própria filosofia espírita - segundo Antonio Genovesi, famoso filósofo do século XVIII, "A pior violência que se pode cometer contra o filósofo é impedi-lo de falar."

Mas o filósofo não se cala enquanto os fatos que provam seu erro não lhe bastam. O melhor caminho é deixá-lo falar do juízo que formulou, pois, a razão se demonstra e não se impõe por outra força que não sejam os argumentos, a lógica e a coerência.

Separar o verdadeiro do falso, descobrir a embustice oculta sob um aparato de frases empoladas, desmascarar impostores, eis, sem contradita, uma das maiores dificuldades da Ciência Espírita. Para superá-la é necessário longa experiência, conhecer todas as velhacarias de que são capazes os Espíritos de baixa classe, ter muita prudência, ver as coisas com o mais imperturbável sangue frio, e resguardar-se, principalmente, do entusiasmo que cega. (Revue Spirite – 1859 – pág. 177)‏

A verdade, eis a única coisa em mira. A crítica, portanto, deve ser prazeirosamente aceita pelos Espíritos quando são superiores, pois, de duas uma: ou estão seguros do que sustentam e têm assim elementos para nos dar em discussão a evidência de que nescessecitamos, ou não estão ainda bem esclarecidos sobre o ponto em estudo e podem, discutindo, aprender conosco. A instrução pode ser recíproca. Se os homens podem instruir-se com os Espíritos, também estes podem instruir-se com os homens.

Somam-se ao desconhecimento da metodologia utilizada na Codificação Espírita, a confiança exagerada que se depositam nos Espíritos e nos médiuns. É muito difícil, num ditado que se apresenta como mediúnico, separar o que vem da mente do médium da ideia transmitida pelo Espírito. Por que então necessita o médium aprimorar-se no estilo e na forma de pensar do Espírito, principalmente quando se trata de um Espírito cuja última existência na Terra é conhecida? Justificar o desdém com a análise crítica de qualquer obra alegando ser ela de autoria de Espíritos que não erram, que são "superiores" ou "perfeito", ou que o médium é reencarnação de Allan Kardec, é inaceitável porque fere o próprio código Espírita.

O grande critério do ensinamento dado pelos Espíritos superiores é a Lógica. Temos motivos para não aceitar levianamente todas as teorias dadas pelos Espíritos. Quando surge uma teoria nova, fechamo-nos no papel de observador; fazemos abstração de sua origem espírita, sem nos deixar ofuscar pelo brilho de nomes pomposos; examinamo-la como se emanasse de simples mortal; procuramos ver se ela é racional, se dá conta de tudo, se resolve todas as dificuldades. (Revue Spirite – 1860 – pág. 108)

JULGAMOS. COMPARAMOS. TIRAMOS CONSEQÜÊNCIAS de nossas observações. Seus erros mesmo são para nós ensinamentos. Não fazemos renúncia de nosso discernimento (Revue Spirite – 1860 – pág. 176). OBSERVAR, JULGAR e COMPARAR , tal é a regra constante que tenho seguido (Obras Póstumas). Trabalho com os Espíritos como trabalho com os homens; são para mim do mais humilde ao mais graduado, instrumentos de meu aprendizado e, não reveladores predestinados. (Obras Póstumas)

Allan Kardec, quando decidia em prol de uma doutrina, fazia-o com tamanha segurança que ninguém, encarnado ou desencarnado, seria capaz de levá-lo a reconsiderar, pois havia eliminado todos os argumentos em contrário.

Muito ao contrário, o “Espiritismo à Brasileira” ou, como queiram, “Às avessas” não consideram esses cuidados. Convém lembrarmos Dora Incontri em seu livro “Kardec Educador Rivail” que com muita lucidez afirma: “ ... é preciso considerar que existem claramente duas tendências no movimento espírita brasileiro: a mais popular, que se tornou massa de crítica nas últimas décadas, praticada na maior parte dos centros espíritas e nas obras sociais que levam o rótulo de espírita, tem um perfil politicamente conservador e socialmente assistencialista. Realizando quase um sincretismo com a herança católica, essa tendência é criticada pela outra face do espiritismo brasileiro, representada entre outros pelo jornalista e filósofo J. Herculano Pires.” Os que se alinham na primeira terão muita dificuldade para compreenderem a seriedade desta exposição de motivos que nega de forma peremptória a possibilidade de algum Espírito originário de Capella tenha em qualquer época se exilado na Terra – suas crenças oscilam entre a fé cega e dogmática ainda presente como marcante influência católica e a ciência que colocam como fé raciocinada.

Vamos então examinar a questão mais detidamente sem dar importância a opinião da maioria dos adeptos do primeiro segmento do espiritismo brasileiro, uma vez que, para a ciência não tem valor algum

Logo abaixo temos :

o frontispício da obra “A Caminho da Luz” - a primeira a sustentar a opinião de que Espíritos originados de Capella tenham se exilado no planeta Terra. No Antilóquio da obra, o Espírito que se apresenta como sendo Emmanuel, assim se expressa:

"Não deverá ser este um trabalho histórico. A história do mundo está compilada e feita. Nossa contribuição será à tese religiosa, elucidando a influência sagrada da fé e o ascendente espiritual, no curso de todas as civilizações terrestres."

A contradição com o frontispício da obra é visível: embora tenha afirmado no subtítulo que se trata da História da Civilização, ele nega que a obra seja um trabalho histórico. Outro erro está em afirmar que a história do mundo está compilada e feita, qualquer historiador pode apresentar fatos que demonstrem justamente o contrário: a história está sempre sendo reescrita a cada nova descoberta arqueológica. As interpretações do autor referem-se ao conhecimento existente na década iniciada em 1930 e que hoje precisam ser revistas.


Há também algumas informações científicas hoje descartadas em função de novas descobertas e da formulação de novos e mais precisos conceitos. Veremos alguns exemplos.

"A primeira, verificou-se quando o orbe terrestre se desprendeu da nebulosa solar, a fim de que se lançassem, no Tempo e no Espaço, as balizas do nosso sistema cosmgônico e os pródromos da vida na matéria em ignição, do planeta, e a segunda, quando decidia a vinda do Senhor à face da Terra, trazendo à família humana a lição imortal do seu Evangelho de amor e redenção"

De fato, considera-se que a Terra se formou de uma nebulosa. Uma nebulosa planetária é um objeto constituído por um invólucro brilhante de gases e plasma, formado por certos tipos de estrelas no período final do seu ciclo de vida. Não está de todo relacionada com planetas, uma vez que seu nome resulta de uma suposta similitude com a aparência que apresenta em muitos casos com planetas gigantes gasosos. As nebulosas desempenham um importante papel na evolução química das estrelas e até mesmo das galáxias. É rica em carbono, azoto, oxigênio e cálcio, originários de nucleossíntese a partir do hidrogênio. Portanto, o Sol, os planetas e tudo mais que existe no sistema solar tem sua origem a partir de nuvens de gás e poeira cósmica, em torno das quais foram agregando-se, materiais sólidos vindos de choques e fragmentos de rochas cada vez maiores provenientes dos restos de outros corpos que existiram muito antes. Uma combinação de elementos químicos, onde o hidrogênio tem predominância quase que total, gerou o intenso calor, observado na Terra nos seus primeiros milênios de existência - o hidrogênio lá estava presente.


Ao lado, observamos a morte de uma estrela - é como grandes quantidades de matéria (rochas e gases) se espalham pelo Universo. Como no Universo nada se cria, tudo se transforma ... um dia toda essa matéria fará parte de uma outra estrela, planeta, cometa ou outro astro.


'Depois de formada, a estrela não sofre durante maior parte de sua vida, alterações significativas em sua massa e em seu volume. Nosso Sol tem permanecido como está por muitos bilhões de anos. Mas, um dia, acaba o combustível da estrela e ela não tem mais o que queimar e as camadas próximas ao seu centro não suportam mais o peso e começam a se precipitar para o interior de forma vestiginosa. A temperatura aumenta e a produção de energia torna-se muito mais acentuada e as camadas mais externas são então empurradas para fora, a estrela fica mais volumosa, menos densa, e sua superficie fica mais fria, até que ela atinge o estágio de gigante vermelha. Betelgeuse é um bom exemplo - ela encontra-se na constelação de Orion, bem próximo ao conjunto etelar conhecido como "Três Marias".


As estrelas não morrem todas do mesmo jeito, nem a duração de vida é a mesma para todas elas. As de maiores massas vivem menos, gastam mais rapidamente seu combustível; algumas chegam a viver apenas 1 milhão de anos; as de menos massa como o nosso Sol chegam a ultrapassar 10 bilhões de anos..

A morte de uma estrela de muita massa, digamos 8 ou mais vezes a massa solar, tem morte violenta e espetacular. Geralmente explode, formando uma supernova: a parte externa se rompe e acaba sendo expulsa para fora e as camadas mais próximas do núcleo implodem contraindo-se e compactando-se. O núcleo fica pequeno e denso, a ponto de uma extensão de matéria tal como uma agulha de mão pode ter o mesmo peso de um edifício como uma das torres gêmeas derrubada durante o atentado de 11 de setembro.

Outro fato, digno de observação, no texto extraído do livro “A Caminho da Luz” é a informação que antecipava a vinda de Jesus à face da Terra.

Que Espírito poderia ter tal informação?

E onde foi parar a universalidade da informação?

É confiável o que vem de um único Espírito?

Um Espírito comum poderia ter o privilégio de conhecer os designios divinos a ponto de notificar a vinda de um Espírito de tal envergadura para presidir os destinos espirituais da humanidade planetária?