sábado, 3 de junho de 2017

A NATUREZA FÍSICA DOS CAPELINOS


PARTE 1

Em 2007, escrevi alguns artigos sob o título "Os Exilados não são de Capella", Durante dez anos algumas pessoas têm apresentado seus comentários e críticas, que servem de desdobramento e aprofundamento para novas idéias a respeito de tão fascinante tema. Mesmo as que não permiti publicar, por razões diversas, não foram desconsideradas - julgo de utilidade somente aquelas que se prestam à reflexão útil. A Construção do Conhecimento humano apresenta fases que não podem ser depreciadas sem prejuízo dessa construção.

Segundo Carl Sagan, "O Método Científico" é comprovado e verdadeiro. Não é perfeito, é apenas o melhor que temos. Abandoná-lo, junto com seus protocolos céticos, é o caminho para a idade das trevas".

A construção do conhecimento independente de sua natureza, amplitude, ou mesmo profundidade, não é absoluto em sua metodologia construtiva, mas segue uma coerência  lógica sem dela jamais se afastar. O Método Científico é uma das múltiplas formas ou possibilidades de construção de conhecimento que não restringe o livre pensar lógico, reunindo idéias, reflexões, axiomas, teorias, experimentações e proposições visando debates aprofundados e fecunda multiplicação de idéias, sem se constituir em dogmas ou leis infalíveis. Nada é indicutível e nada é absoluto, mas tudo precisa ser posto a prova para ter alguma aceitação e vir a ser considerado parte de alguma outra teoria. Nada impede de representá-lo como uma teia ou rede onde se inserem inúmeros fatores sociais, culturais e ambientais. A movimentação pode depender da natureza do conhecimento.

Ao analisar a Engenharia do Conhecimento, fiquei tentado em adaptar um PROJETO HUMANO VISÍVEL ao estudo que hora nos propomos faser. 

DIMENSÕES DA CONSTRUÇÃO DA CIÊNCIA:

1- Dimensão Filosófica: caracteriza a ciência no seu aspecto dinâmico, dando ênfase aos processos investigativos de trabalho, usados pelos cientistas como elementos de metodologias próprias.

Astrobioloiologia ou hexobiologia, enquanto filosofia apresenta-se com um corpo teórico idealizado proposto para um estudo inicial. Recorrendo-se às dimensões sociológicas e psicológica surgem novas possibilidades, e as discussões aprofundam-se.

2- Dimensão Sociológica: refere-se às relações entre os membros da comunidade científica ou de uma sociologia interna e às inter-relações que se estabelecem com a sociedade em geral, conhecida também como sociologia externa. Retirando-se da Dimensão Sociológica, a Dimensão Filosófica resta-nos o campo da Autoridade.

3- Dimensão Psicológica: refere-se às características psicológicas dos cientistas que influenciam o seu trabalho. O cientista que investiga qualquer teoria (conhecimento apresentado) sob os aspectos sociológicos e psicológicos em geral não consegue se libertar das interferências anímicas em suas conclusões, opiniões e posicionamentos. O cientista que investiga qualquer teoria é influenciado diretamente por doutrinas que permeiam em seu cérebro. Enquanto uns utilizam seus pensamentos materialistas e ateus outros se deixam levar ao sabor das ondas espiritualistas e espiritistas, sem separa o que tem de realidade do que se apresenta imerso de fantasias obscuras.

Retirando-se do CAMPO "TEORIA" (CONHECIMENTO) os aspectos sociológicos e psicológico, o conhecimento permanecerá estagnado, que, convenhamos não é nada bom.  Suprimindo-se a DIMENSÃO PSICOLÓGICA,  segundo o diagrama PHV apresentado acima, a teoria em construção permanecerá entregue ao campo da CONTROVÉRSIA; se retirarmos a DIMENSÃO SOCIOLÓGICA, a teoria perderá os campos CONTROVÉRSIA, ENCONTRO, AUTORIDADE e não encontrará meios para ser PUBLICADA, salvo se precariamente, incompleta em seu significado, tal como ocorre na supressão das outras duas dimensões.

O CAMPO TEÓRICO encontra-se nos domínios do CONHECIMENTO FILOSÓFICO onde subsiste como algo provável ou improvável. A EXPERIMENTAÇÃO pretende ser independente da DIMENSÃO SOCIOLÓGICA mas permanece atrelada às outras duas dimensões mas sem a interferência do campo do CONHECIMENTO e da própria TEORIA que está se buscando comprovar. aí reside a grande dificuldade humana.

A PUBLICAÇÃO está pronta para ocorrer quando se mostra um corpo teórico pronto para ser sabatinado nas três dimensões como VERDADE SOCIOLÓGICA, VERDADE PSICOLÓGICA E VERDADE FILOSÓFICA. O ideal é que apresente um valor VERDADE único, fora de qualquer contestação. Enquanto restar um ponto de contestação duas possibilidades existem:

(i)  A TEORIA ainda não é axiomática;
(ii)Quem examina a TEORIA não está pronto para se entregar ao estudo dos aspectos científicos e da quebra da IDEOLOGIA DO TEXTO CONCLUSIVO.

Quando a TEORIA  se torna um AXIOMA (uma evidência por si mesma) é possível afirmar pronta para publicação como expressão da VERDADE, o que está muito longe de ocorrer com a questão que envolve OS EXILADOS DE CAPELLA. Uma publicação com base unicamente na AUTORIDADE é uma temeridade para o corpo doutrinário espírita, bem como para a CIÊNCIA isoladamente. Quando não se pode provar uma TEORIA  a ponto de esgotá-la o suficiente para torná-la axiomática, recomenda-se a única alternativa segura: REJEIÇÃO.

A  PUBLICAÇÃO tem uma dimensão histórica quando bem conduzida nos parâmetros da CIÊNCIA, realça o caráter de arquivo, e confere-lhe uma perspectiva de atividade dinâmica que progride ao longo do tempo.

"Há muitos milênios um dos orbes de Capela,  que guarda muitas afinidades  com o globo terrestre, atingira a culminância de um dos seus extraordinários ciclos evolutivos." (A Caminho da Luz)

Esse texto que fizemos referência não tem dimensão histórica, não tem valor científico, não obstante apresente desencontros com a crença da maioria espírita, como veremos a seguir:

1- O texto tenta sustentar como verdade a existência de pelo menos um orbe no sistema Capella, pressupõe que uma esfera planetária possa servir de morada para uma humanidade fora da Terra, ainda não comprovada para a Ciência, O que sabemos oficialmente dobre o assunto, é que não foi encontrada nenhuma formação de planetas, que a região contida no raio de 1 ly (ano-luz) além das quatro estrelas que se agrupam muito próximas (o par das gigantes amarelas separadas por 104 milhões de quilômetros com captura de massa de uma para a outra) e duas anãs, que segundo Roberge, concentram mais carbono gasoso do que o esperado, "podendo ter sido esse o aspecto do sistema solar quando jovem"; podemos também estar diante de um sistema de natureza diferente, embora estejamos diante de um sistema demasiadamente jovem para conter algum planeta com possibilidade de abrigar alguma forma de vida inteligente. A origem do carbono gasoso ainda não é suficientemente conhecida, talvez tenha origem  presente nos asteroides em colisão, O que temos de fato é sua presença em muitas estrelas em função da nucleossíntese. É mais seguro tratarmos a existência de qualquer planeta rochoso como mera especulação.

2- Examinamos a ANÁLISE ESPECTROSCÓPICA  de Capella. As imagens que revelamos em uma das páginas que escrevemos em nosso blogger referem-se a Capella (Ab) obtidas pelos quatros detectores ASCA. Obtemos com os detetores SOLID-STAT do SPECTOMETER DA IMAGEM LATENTE ou, como é conhecido pela sigla, SIS, operados na modalidade ACOPLADA (CCD) com quatro cargas do dispositivo (SIS 1, CIS 3, CIS 2, SIS O). Em cada imagem registramos a presença do gás, sendo observada também a calibração do ferro.

3- Suponha, mesmo sendo improvável, pois as análises não têm demonstrado ser verdadeiro, que algum planeta esteja numa órbita na zona considerada habitável. Ele precisa ser rochoso, ter água suficiente em estado líquido, e uma química, diríamos, completa para a vida orgânica em uma de suas duas bases (C e Li). Para contemplar o texto de F. C. Xavier (atribuída a Emmanuel) surgem uma outra questão, que a vida tenha surgido nesse planeta até agora hipotético, coisa também muito difícil de provar.

4- Um sistema com duas estrelas gigantes orbitando um centro de massa e outras estrelas anãs um pouco mais distantes com seus centros de massas comuns, ocorrendo aos pares, torna o sistema altamente instável. As estrelas estão distribuídas num raio de 1 ly como temos dito, e uma região embora habitável não o seria em presença de um bombardeio intenso de raio-X . Pelos cálculosessa zona habitável não está a menos de 12 uA do centro de massa das estrelas principais. O limite do sistema situa-se dentro de um raio de 6,3072 E4 uA.









sexta-feira, 28 de março de 2008

SEGUNDO FATOR: NÃO HÁ QUALQUER PLANETA

No sistema Alpha Aurigae ou Capella para muitos, foi detectada apenas uma formação protoplanetária que tanto pode dar origem a um planeta do tipo jupiteriano, com massa superior a cinco vezes nosso gigante gasoso, como também a uma ou mais estrelas anãs de tipos variados – anãs brancas, vermelhas e marrom. Não há qualquer possibilidade de vida orgânica sem a existência de um planeta rochoso. As anãs marrons não são incomuns como podemos ver na imagem abaixo obtida de Gliece 229B, algumas delas podem estar cercadas de planetas dos mais variados tipos.





A tecnologia observacional nos dias atuais está equipada para descobrir até mesmo pequenos planetas semelhantes à Terra e se existisse algum no sistema Capella, muito provavelmente ele já teria sido encontrado, mesmo porque existem vários métodos de buscas; não nos valemos tão somente de meios ópticos e de observações diretas. Veja o exemplo seguinte.

PARIS, 24 abr (AFP) - Um planeta "do tipo terrestre habitável", capaz de abrigar vida extraterrestre, foi detectado pela primeira vez por uma equipe de astrônomos em um sistema planetário extra-solar, segundo um estudo publicado na revista Astronomy and Astrophysics.Além disso, acrescentou, "seu raio seria 1,5 vezes o da Terra", o que indicaria "ou uma constituição rochosa (como na Terra), ou uma superfície coberta de oceanos". A gravidade em sua superfície é 2,2 vezes a da superfície da Terra, e sua massa muito fraca (5 vezes a da Terra).Descoberto com o telescópio "Harps" de 3,6 m do Observatório Espacial Europeu (Eso) da Silla, no Chile, este planeta orbita em 13 dias em torno da estrela Gliese 581 (Gl 581), da qual está 14 vezes mais próximo do que a distância da Terra para o Sol.

Alguns desses planetas são classificados como TECTONICA de GIGANTES ROCHOSOS, pois além de rochosos, atingem a massa correspondente a 10 vezes a da Terra. Há algum tempo vem sendo discutido a questão de sua estrutura interna que pode ser semelhante à do nosso planeta. Uma segunda Terra, em formação, pode ter sido descoberta a 424 Ly de distância, orbitando a estrela HD113766, mais jovem do que o Sol. De acordo com as primeiras observações, a estrela possui um cinturão de poeira e rochas, moléculas d´água, e formações rochosas comparáveis em tamanho, ao planeta Marte. As observações feitas pelo telescópio espacial Spitzer mostram que este sistema apresenta condições ideais para a formação de um planeta como a Terra, não contendo demasiado gás (hidrogênio), característica dos sistemas mais novos, e que poderia levar à criação de mais um gigante joviano, como é comum encontrar, nem contém, ao que se percebe, planetas já formados, o que poderia indicar um sistema já com alguma idade.

Conforme podemos perceber, não é de se encontrar planetas orbitando estrelas jovens como Capella, conforme demonstra o exemplo apresentado, bem como numerosos outros exemplos já observados.





TERCEIRO FATOR: A EXISTÊNCIA DE PLANETA ROCHOSO


Se existisse algum planeta em órbita de alguma das nove estrelas do Sistema Capella, ele haveria de ser encontrado na chamada zona habitável para estar qualificado a desenvolver alguma forma de vida orgânica. Veja como exemplo, o nosso sistema solar:





Ao lado temos uma boa sugestão de leitura para um conhecimento mais razoável sobre as estrelas. O que tem levado muitas pessoas à defesa intransigente e fanática dos exilados de Capella é a ignorância científica.

Se tivesse sido possível algum planeta semelhante à Terra ter orbitado Capella Aa ou Ab, durante sua juventude, provavelmente teria sido reduzido em breve tempo à cinzas.



Atualmente, as zonas habitáveis de Capella Aa ou Ab são mais distantes externamente do que a distância orbital média entre estas duas estrelas. (Se considerarmos como únicas estrelas do sistema, a órbita de um planeta “algo semelhante” à Terra, ao redor de Aa, seria centrada atualmente em torno do AU 8.7 -- justo dentro das distâncias orbitais de Saturno no sistema solar, e para a órbita da zona habitável de Ab teríamos aproximadamente AU 7.8, entre as distâncias orbitais de Jupiter e Saturno.) E somente poderia ter ocorrido durante um tempo muito curto levando-se em conta a combinação das fases das duas estrelas no presente. Se levarmos em conta a combinação do par Aab a zona habitável avança para algo próximo de 12,5 AU externamente ao binário.








A Terra é um planeta rochoso , bem como todos os planetas interiores.

Sob certo ponto de vista, não seria errado afirmar que o terceiro planeta a partir do Sol é duplo, isto é, são dois planetas girando em torno de um centro comum de gravidade. Não é assim que costumamos nos referir a Terra e a Lua, mas esta seria uma possível forma de classificação.

O motivo é simples. Terra e Lua (assim como Plutão e seu único satélite, Caronte) apresentam a maior correlação de massa de todo o Sistema Solar. Normalmente os satélites têm milhares, às vezes milhões de vezes menos massa que seus planetas. No sistema Terra-Lua a correlação de massa é1/81 (isto é, a Lua tem 81 vezes menos massa que a Terra).






Sem planetas a vida orgânica é impossível, portanto, a atenção dos astrônomos volta-se para os sistemas que apresentam as condições satisfatórias ao desenvolvimento de planetas. Nem todas as estrelas possuem planetas. O interesse por Capella é pequeno, uma vez que a possibilidade de existência de planetas em condições de habitabilidade encontrar-se descartada.

acione o link para saber mais sobre Capella:

https://www.youtube.com/watch?v=ZCx3-1RhED4

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Porque os Exilados não Vieram de Capella?

A CRÍTICA é uma forma de trabalhar, a forma de um trabalho intelectual, que é o trabalho filosófico por excelência. Nesse sentido, EXCLUIR A CRÍTICA DO TRABALHO ESPÍRITA É NO MÍNIMO ABOLIR O LUGAR PRIVILEGIADO DA REALIZAÇÃO DE UM TRABALHO DE CONSTRUÇÃO DO SABER ESPÍRITA. Lembrai-vos de que, se é absurdo repelir sistematicamente todos os fenômenos de Além Túmulo, também não é prudente aceitá-los de olhos fechados (...). Que cada fato seja submetido a um exame rigoroso, minucioso, aprofundado, severo." - (LM). Convidamos você, espírita amigo, para um estudo comparativo das obras publicadas como sendo espíritas. A PEDRA DE TOQUE é a Codificação Espírita, lembrando que Allan Kardec, sempre considerou a Doutrina Espírita uma doutrina aberta e que não foi ditada completa, cabendo aos homens completá-la.
Para debater este e outros assuntos sugiro a Comunidade do orkut: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1042686

A emissão de plasma e matérias estelares têm grande dimensão e alcance quando se trata de estrelas massivas e turbulentas como as gigantes amarelas de Capella.


O Sol com cerca de 6 bilhões de anos é considerada uma estrela de idade mediana e estável. Teve tempo suficiente para realizar os ciclos que lhe conferem maturidade e estabilidade – se um planeta rochoso estiver na posição certa, dificilmente deixará de completá-los. E foi o que aconteceu: a Terra reúne todas as condições.

Diferentemente, Capella é uma estrela muito jovem, sua idade estimada é de 525 milhões de anos. Mas seu ciclo de vida será muito menor do que o do Sol, pois possui aproximadamente 2,7 Msol . A outra componente apresenta massa 2,6 Msol .

As outras estrelas do sistema são anãs brancas, anãs vermelhas e uma anã marrom, que é na verdade uma proto-estrela e suas massas são consideravelmente menores do que a massa solar.

De acordo com Hummel e outros (1994) as estrelas Aa e de Ab são separadas por cerca de 0.730 UA (108 milhões de quilômetros) e movem-se com uma órbita circular (e= 0.000), com um período de somente 104.0 dias e uma inclinação orbital aproximadamente de 137.2° dA - perspectiva de um observador na terra. As duas estrelas brilhantes têm um outro par nas proximidades são as componentes não ofuscantes C e D em uma separação atual de aproximadamente 11.000 AUs, ou uns 0.17 light-years. As outras componentes na região do sistema, estão um pouco mais afastadas indo até a faixa limítrofe de 1 ly.



Aa Capella numa escala comparativa com outras estrelas mostra a diferença de tamanho com o nosso Sol. Por que os exilados não vieram de Capella? Apontaremos alguns fatores que demonstram ser falsa a idéia de vida orgânica em qualquer das esferas capelinas.


PRIMEIRO FATOR: A IDADE DO SISTEMA


A evolução de uma estrela depende de sua massa. As proto-estrelas com massa inferior a 0,06 massa solar nunca se tornarão quentes o suficiente para dar início a reações nucleares. Aquelas com massa entre 0,06 e l ,4 massa solar passam rapidamente para a seqüência principal e podem permanecer nela por pelo menos 10 bilhões de anos.

Quando o hidrogênio disponível se esgota, o núcleo se contrai, o que aumenta sua temperatura para 100 milhões de graus Celsius. Nessas condições, o hélio pode começar uma reação de fusão e a estrela se expande, tornando-se uma gigante vermelha. Finalmente, as camadas externas da estrela são expelidas, formando uma nebulosa planetária. O núcleo então se comprime e a estrela se toma uma pequena anã branca. Estrelas com massas solares de l ,4 a 4,2 evoluem mais rápido e morrem mais jovens, permanecendo na seqüência principal por cerca de um milhão de anos, antes de passar a gigante vermelha. A temperatura continua a aumentar, enquanto elementos mais pesados são sintetizados, até que o ferro é produzido a 700 milhões de graus Celsius. A estrela se desintegra em uma grande explosão e se transforma em supernova, espalhando uma imensa nuvem de poeira e gás, em cujo centro permanece uma pequena estrela de nêutrons que gira muito rápido e é extremamente densa: l cm3 tem massa de cerca de 250 milhões de toneladas.


Cientistas do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) descobriram uma espécie de poeira e rocha ao redor de um pulsar, um corpo celestial que surge em conseqüência dos restos da explosão de uma estrela.

É dessa forma que nascem os planetas. Existe uma grande possibilidade da Terra ter nascido assim, juntamente com a Lua.

Usando o telescópio infravermelho Spitzer da Nasa, cientistas do MIT observaram a radiação liberada pelo disco de destroços ao redor de um pulsar jovem, a 13.000 anos-luz da Terra. O pulsar já foi uma estrela gigante, que "morreu" numa explosão supernova há 100.000 anos.

Não houve tempo suficiente para a formação de planetas rochosos indispensáveis ao processo de “geração progressiva” que conduziria até o primeiro ser vivo sobre sua superfície.

Quando Capella se formou há 525 milhões de anos, segundo descobertas recentes na China e em várias regiões do mundo, já ocorria na Terra um surto evolutivo de diversas espécies animais. Os precursores de todas as criaturas modernas estavam lá. Há 3,5 bilhões de anos, as algas e seres microscópicos como as bactérias se espalhavam por vários recantos da Terra e foram dominantes por um período que corresponde a cerca de 90% da história da vida planetária. As provas de sua presença vão sendo desenterradas em todos os continentes. Segundo os pesquisadores, a natureza não age de maneira lenta e gradual como se poderia pensar. A revolução do período Cambriano deve ter durado apenas 5 milhões de anos, quando ainda o sistema Capellino se “desprendia” da nebulosa. Os primeiros ancestrais dos homens muito provavelmente já caminhavam nas savanas africanas. Para a eclosão da vida orgânica é indispensável a existência de um planeta rochoso e além disso, uma combinação química perfeita num ambiente propício; coisas que são possíveis somente com uma suficiente e necessária maturação do ambiente – o que não pode ser conseguido de um momento para o outro.

Na Terra, as condições para o surgimento dos primeiros homídios não foram as mesmas em todos os continentes. Rift Valley é a região que se mostrou favorável e onde muito provavelmente ocorreu a origem do homem, foi a África Oriental, justamente a que se encontra entre o Nilo, o Zambeze e o Oceano Indico, a sul do maciço Etíope. Acredita-se – e há muitos indícios que corroboram para que assim tenha sido e que confirmam a teoria de que a especialização geográfica é a única forma de evolução possível para os animais superiores. Em princípio, pois, deveria ser possível reconstruir as árvores genealógicas das descendências segundo os mapas paleográficos que indicam as barreiras fausnísticas.

A separação entre os grandes primatas e os africanos se deverá situar entre os 25 e os 20 milhões de anos, em decorrência da progressiva aridificação da Arábia e da Somália, assim como, mais tarde, pelo avanço do Mar Vermelho. Cerca de 3 milhões de anos separam o AUSTRALOPITHECUS do homem atual e 14 milhões de anos deste para o KENYAPITHECUS.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

ONDE ESTÃO OS PLANETAS DE CAPELLA?


Pesquisadores de diversos centros observacionais do mundo têm procurado exoplanetas e estruturas proto-planetárias, através da variação fotométrica, durante os eventuais trânsitos dos satélites colocados em órbita da Terra.

COROT é um deles – tem como alvo cerca de 30 estrelas jovens com idade de 5 a 10 Myr. A linha do lítio 670.7nm permite selecionar estrelas na faixa de idade desejada. Os alvos devem ser preferencialmente estrelas G e K de rotação elevada.


Ao invés do que se passa com o nosso Sol, a maioria das estrelas do Universo possue pelo menos uma estrela companheira à qual estão gravitacionalmente ligadas. A questão da formação desses sistemas tem sido alvo de apreciação entre os maiores especialistas em todo o mundo, ao longo dos últimos anos. Para tentar explicar o problema podemos considerar duas linhas de pensamento: a primeira considera um grande disco de poeiras fragmentando-se para dar origem a dois objetos protoestelares que depois evoluem para formar estrelas individuais. O disco pode também fragmentar-se em três, quatro ou mais partes - o que por certo daria origem a sistemas de estrelas múltiplas. Em muitos casos essas estrelas orbitam um centro de massa comum.




A equipe de cientistas coordenada e orientada por Jeremy Lim do Instituto de Astronomia e Astrofísica, da Academia Sinica, na China Formosa, examinou as protoestrelas em L1551 IRSS, um sistema estelar em formação localizada a 450 Ly da Terra. Usando o possante telescópio VLA (Very Large Array) foi descoberto uma terceira estrela que não era ainda conhecida. A análise dos objetos revelou detalhes que parecem suportar ambas as teorias. Segundo Lim, "O novo estudo mostra que os discos das duas protoestrelas principais se encontram alinhados um com o outro e alinhados com o disco circundante do sistema. Além disso, o seu movimento orbital assemelha-se ao do disco circundante." Os fatos que citamos comprovam que algo funciona como uma "pistola fumegante" detonando intermitentemente sustentando um modelo de fragmentação.


Um sistema múltiplo de estrelas é muito mais comum do que um sistema isolado como o que o nosso Sol constitui. Se Jupiter não tivesse "falhado" ou ainda melhor, se Júpiter tivesse incorporado as massas dos outros planetas gigantes, teriamos aqui um sistema duplo.

Até bem pouco tempo se pensava que O Sol estava relativamente isolado, numa região pouco "povoada" da Via Láctea, mas isto não é verdade. Um telescópio instalado em Arecipo, Chile, identificou pelo menos 20 novas estrelas nas proximidades solares, a menos de 33 Ly de distância. As estrelas descobertas são em geral mais velhas do que o Sol e só foram descobertas agora porque seubrilho é muito fraco e exige observações mais demoradas e mais técnicas. O observatório Interamericano de Cerro Tololo, construído em parceria dos chilenos com os americanos vem obtendo excelentes resultados desde o ano 2000 nessas novas pesquisas. Os 20 astros até agora encontrados são todas estrelas anãs vermelhas - bem menores que o nosso Sol, possuindo um brilho muito fraco, mas com um tempo de vida estimado em mais de 1 trilhão de anos. Lembramos que o Sol tem cerca de 5 bilhões de anos. A descoberta dessas estrelas pode liquidar a teoria do Big Bang.


Sistemas múltiplos como Capella (contendo pelo menos 9 estrelas) dificilmente apresentam formação planetária. Temos encontrado planetas em sistemas duplos e em sistemas triplos (não se descarta a possibilidade de que sistemas quádruplos também possa possuir planetas), a se levar em conta as observações feitas até agora, a probabilidade de se encontrar planetas em sistemas simples como o Sol ou em sistemas duplos, é bem mais significativa do que nos sistemas com um número maior de estrelas. E todos os planetas encontrados em sistemas duplos e triplos são gigantes gasosos e os poucos planetas rochosos foram encontrados em sistemas simples. O nosso sistema solar é ainda o sistema ideal.

CONVÉM DEIXAR BEM CLARO: NENHUM PLANETA FOI ENCONTRADO NO SISTEMA CAPELLA, O SISTEMA É CONSTITUÍDO DE NOVE FORMAÇÕES ESTELARES QUE APRESENTAM UM COMPORTAMENTO ORBITAL QUE INVIABILIZA A PRESENÇA DE PLANETAS.



NÃO EXISTE VIDA ORGÂNICA SEM PLANETAS!


Em Capella encontramos estrelas como:
Anãs vermelhas (frias) – são mais comuns no Universo - possuem baixa luminosidade – localizadas no diagrama HR na extremidade inferior da seqüência principal. Temperatura típica = 2700 K; raio = 0,1 R☼, Massa = 0,1 M☼; densidade em torno de 100 vezes a densidade do Sol.

Anãs marrons - estrelas de menor massa - muito baixa luminosidade, estrelas fracas, difíceis de serem detectadas. Classificadas em 1975 pela Astrônoma americana Jill Cornell Tatter . São proto-estrelas, massa menor que 0,08 M☼ - nunca queimarão hidrogênio, nunca atingirão a seqüência principal. Elas têm aproximadamente 13 a 60 Mjup; com uma temperatura efetiva de 1000 K. São conhecidas mais de 150 e uma delas no sistema α Aurigae.

Anãs brancas – encontram-se na margem inferior do diagrama HR.

As componentes anãs não são muito maiores do que a Terra.


De acordo com o glossário do Observatório Nacional assim se apresenta o sistema Capella ou Alpha Aurigae:

1- É um sistema de estrelas múltiplas que contém pelo menos 9 estrelas.

2- Este sistema brilhante está no Hemisfério Norte, a 45º da estrela Polaris, que é a estrela Polar do Norte .

3- Ela é a estrela mais notável, pelo brilho, na Constelação de Aurigae.












Alguns objetos interessantes em Capella:
  • Estrelas
1-As duas estrelas mais brilhantes em Capella são um sistema de estrelas binárias gigantes
2- Elas sâo ambas amarelas, como o nosso Sol, com massas 2,6 e 2,7 vezes a massa solar.
3- Uma delas é 9 vezes maior que o Sol e a outra é 12 vezes maior.
4- Cada uma delas libera, aproximadamente, 78 vezes a luz do Sol (As duas juntas chegam a brilhar 156 vezes mais que o Sol).
5- Estas duas estrelas estão aproximadamente a 43 Ly da Terra.


  • PLANETAS
Não há qualquer indicação de formação planetária em órbita de nenhuma das estrelas do Sistema.


Esquema mostrando a ejeção de plasma das estrelas principais de Capella
As duas gigantes amarela de Capella são, respectivamente, do tipo espectral G8III e G0III - no diagrama HR é colocada numa posição fora da seqüência principal.

Não há a menor dúvida de que estamos lidando com um sistema estelar altamente instável e, portanto, inviável para planetas tipo Terra.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Capella: Uma das Muitas "Indústrias Químicas" do Universo

Três átomos de hélio colidem e forma um átomo de carbono liberando fótons. Sabemos com certeza que o Sol converte aproximadamente 600 milhões de toneladas de hidrogênio em hélio por segundo, mantendo a vida aqui na Terra. Esta energia produzida pelo Sol, de L=3.837E33 ergs/s é equivalente a 5 trilhões de bombas de hidrogênio por segundo. Para comparar, a primeira bomba atômica de urânio, denominada como Little Boy e que explodiu na cidade de Hiroshima - de triste lembança para a humanidade - tinha uma potência equivalente a 20 mil toneladas de TNT (tri-nitro-tolueno ou nitroglicerina). Uma bomba de hidrogênio tem uma potência em torno de 20 milhões de toneladas de TNT.

Recentemente o FUSE (Far Ultraviolet Spectroscopic Explorer) da NASA possibilitou a descoberta de uma quantidade consideravelmente alta de CARBONO GASOSO num disco de poeira em torno de uma estrela descoberta recentemente, que passou a ser conhecida como Beta Pictoris. Esta descoberta tem ajudado no estabelecimento das origens de esferas ricas de carbono como o nosso próprio sistema solar e atuar decisivamente como indicadora de outros sistemas planetários mais antigos possíveis de sustentar a vida exobiológica.







Hoje, Beta Pictoris não é a única referência que dispomos para explicar a situação de Alpha Aurigae, mais conhecida como Capella, existem outras no mesmo estágio de evolução, cercada por poeira rica em carbono. Beta Pictoris e seu sistema planetário estão ainda na infância do ponto de vista cosmológico, tendo apenas 20 milhões de anos. Não tarda lembrar que existe uma variação nas faixas de evolução estelar de acordo com a massa da estrela, assim uma estrela com 1 milhão ou 30 milhões ou 525 milhões de anos de idade podem se encontrar em fases evolutivas semelhantes. A estrela que usamos como exemplo encontra-se a 60 ly da Terra e apresenta uma massa 1,8 vezes maior do o nosso Sol, apresenta assim uma evolução menos acelerada que do Capella que não exibe nenhum disco gasoso composto de poeira a gravitar em torno das duas estrelas-mães do sistema. De acordo com Goddart Spece Fligh Center da NASA, em Greenbelt, Maryland, feitas a conhecer na revista Nature, as novas análises do disco Beta Pictoris são as primeiras realizadas para um sistema deste tipo e esclarecem a forma como o gás se comporta no interior do disco, levantado novas questões sobre o desenvolvimento dos sistemas planetários.

Segundo explicam os cientistas da NASA, entre eles, Roberge, "Existe muito, mas muito mais carbono gasoso do que o esperado, podendo ter sido esse o aspecto do sistema solar quando jovem; não se descarta também a possibilidade de se estar observando um sistema de natureza diferente.

A origem do carbono gasoso ainda não é conhecida com bases conclusivas, supõe-se que ele pode ter sua origem durante a colisão de asteróides ou cometas que libertaram o material para o disco planetário. A origem do carbono presente nos asteróides e em muitas estrelas é bem conhecida, sendo a nucleossíntese a principal responsável.

O que nos revela a ANÁLISE ESPECTROSCOPICA de Capella?




As imagens mostradas acima referem-se a Capella (Ab) obtida pelos quatro detetores de ASCA. Os detetores Solid-Stat do Spectometer da imagem latente ( SIS) foram operados na modalidade acoplada quatro cargas do dispositivo (CCD). Em cada imagem dos detectores do Spectometer da imagem latente do gás, a fonte de calibração do ferro pode ser vista na borda do campo visual.


Sabemos que Capella é uma fonte em potencial de Raio X, o que por si já apresenta um grande entrave à existência de qualquer forma de vida biológica.

O SPECTRUM GRATING é dado forma olhando o número dos raios X detectados ao longo do “arco-iris raio X”. O spectrum grating pode revelar as linhas individuais das emissões de raio X por uma variedade de elementos e seus íons, por exemplo, linhas do Fe e do Ne (néon) são vistos na figura ao lado. Esta região de energia corresponde à indicada pela caixa branca seguinte e mais no spectrum de ACIS dado no slide anterior. O spectrum verde é dos gratings do megohm e o spectrum vermelho é dos gratings de HEG.




DO “DIAGNÓSTICO PLASMA”

Os raios X vistos aqui são criados pelos átomos aquecidos à temperatura de milhões de graus. Nestas altas temperaturas, os elétrons exteriores do átomo são “descartados” para outros átomos mais afastados; o átomo é um íon positivamente carregado e é parte de um plasma de alta tem
peratura.

Medindo a intensidade, o fluxo, das diferentes linhas emissoras, obtemos informações sobre o estado do plasma. As relações das linhas de fluxo do mesmo íon dependem da temperatura e da densidade, enquanto que os íons diferentes informam sobre o estado de ionização. Uma investigação mais abrangente pode ser feita na composição e na quantificação química envolvendo o sistema.


Todos nós estamos expostos a este tipo de radiação, sem muita escolha, um exemplo disso é a presença de monitores de computador e televisores. Estas são fontes clássicas de emissão de raio X, em pequena quantidade, é verdade, mas não deixa de ser. Os aparelhos mais recentes possuem dispositivos para evitar a emissão desta radiação, uma vez que ela não é muito benéfica para a vida humana, o que lhes conferem maior segurança. Nos monitores e aparelhos de TV, existe um dispositivo que emite e acelera elétrons, que são levados a colidirem contra um anteparo (a tela), ocorrendo um freiamento dos elétrons, produzindo assim, radiação X. Recebemos raio X do Sol, mas ocorre uma “filtragem” na atmosfera suficientemente densa e muito pouco chega a atingir o solo do planeta. Como vimos, os raios X são perigosos, muitas doenças são causadas por radiação. O problema é que os raios X são uma forma de radiação ionizante. Quando a luz normal atinge um átomo, ela não muda esse átomo de maneira significativa. Mas quando raios X atingem um átomo, ele pode expulsar elétrons desse mesmo átomo para criar um ION, ou seja, um átomo eletricamente carregado. Então, os elétrons livres entram em colisão com outros átomos para criar mais ÍONS. A carga elétrica de um íon pode gerar uma reação química anormal no interior das células. Entre outras coisas, a carga pode quebrar as cadeias de DNA e desenvolver uma série de mutações. Se várias células morrerem em decorrência, tipos variados de doenças podem ocorrer. No caso de mutação a célula pode se tornar cancerígena e produzir um tipo de câncer letal que pode se espalhar rapidamente por todo o organismo. Caso a mutação ocorra em um espermatozóide ou em um óvulo, pode originar defeitos congênitos graves.

Um mundo exposto a grandes emissões de raios X não tem como desenvolver qualquer forma de vida, pelo que acabamos de expor. O SPECTRUM GRATING é conclusivo: as componentes Aa e Ab de Capella, juntas representam uma perigosa fonte de raios X – cerca de 10000 vezes maior que o nosso Sol. Se um planeta como a Terra existisse a 150 milhões de quilômetros das duas gigantes amarelas seria necessária uma atmosfera extremamente densa o que também inviabilizaria a vida sobre sua superfície. Eis aí mais um entrave à existência de qualquer forma de vida orgânica nas cercanias de Capella.



terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Existe outra Química no Universo?

Nossa vida é devida, parcialmente, ao Sol, que nos fornece luz, a radiação que nos aquece e tem mantido a Terra em sua órbita estável por mais de 4 bilhões de anos. Mas, não existiríamos sem a química onde o carbono, o oxigênio, o hidrogênio e tantos outros elementos que nos constituem e contribuem para a riqueza da Terra e do Universo. E qual a origem desses elementos? Por certo não é o Sol responsável direto por cada um deles, a gênese e a evolução de cada substância primitiva é mais remota.


Os átomos ou elementos, a partir dos quais nossos corpos são formados, em boa parte foram criados em outras estrelas. A nebulosa que deu origem ao sistema solar é um subproduto da evolução de algum outro sistema mais ou menos complexo. As partes mais internas das estrelas funcionam como poderosas "fornalhas" nucleares, sendo assim responsáveis pelos processos de fusão de núcleos de elementos, transformando-os em novos núcleos ou novos elementos: é o que chamamos de NUCLEOSSÍNTESE.


Não existe somente a fusão como explicação para a gênese do elemento químico. Outros processos podem criar muitos elementos em várias etapas. Assim, cada estrela, cada sistema, tem uma função bem determinada na gênese da vida no Universo e mais do que isso são pontes para a evolução de todos os sistemas como num processo de “eterna reciclagem natural”. As estrelas de maior massa terminam suas vidas com uma colossal explosão chamada de super-nova. Nessa explosão, a maioria dos elementos é criada para compor outros corpos que por sua vez executam suas funções no Universo. Nossos corpos resultam de uma fase desse processo. É assim, em síntese, que A BASE QUÍMICA DA VIDA É FORMADA E NÃO TEM COMO SER DIFERENTE EM PARTE ALGUMA DO UNIVERSO. A vida orgânica, conhecida ou não dos homens da Terra, é constituída dos mesmos elementos químicos presentes mesmo em pontos remotos do Universo.

Quando dizemos que a QUÍMICA DO UNIVERSO é ÚNICA não estamos fazendo uso de uma opinião - há uma razão científica tida como axiomática (verdadeira por si mesma): a estrutura física do elemento químico. A estrutura atômica de qualquer elemento químico revela um núcleo atômico acompanhado de elétrons à sua volta. O hidrogênio é o elemento químico mais simples existente na natureza: possui apenas um próton e um elétron. O homem elaborou modelos eletrônicos para melhor compreender as ligações dos átomos na formação das substâncias compostas. A queima do hidrogênio no interior das estrelas dá origem ao hélio:


As partículas alfas são constituídas de dois prótons e dois nêutrons e, portanto, podem ser respresentadas por :




Características: velocidade inicial variando entre 3000 e 30000 km/s (velocidade média entre 20000 km/s ou 5% da velocidade da luz).


Pequeno poder de penetração.


Grande poder de ionização. Chama-se poder de ionização ou ionização específica ao número de íons que são formados por cm³ na trajetória da partícula. Quando a partícula alfa (mostrada logo acima) captura 2 elétrons do meio ambiente ela se transforma em um átomo de hélio.


O diagrama abaixo mostra o que vem acontecendo com as estrelas-mães Alpha Aa e Alpha Ab do sistema Capella: o XMM RGS SPECTRUM demonstra o atual estágio evolutivo da Química nas duas estrelas gigantes - qualquer especialista em análise espectral ou astrofísico pode concluir que o sistema, atualmente, encontra-se na fase final da queima do Hélio, já iniciando a queima do carbono fato indicado pelas linhas de emissão do ferro.

Quando nos referimos a um elemento químico seguido de um número, tal número, corresponde ao número de massa que é numericamente dado por A= Z+N onde Z designa o número de prótons ou o número atômico; N é o número de nêutrins do núcleo atômico. Os nomes dos diferentes elementos químicos (hidrogênio, hélio, nitrogênio, carbono, etc) mudam de acordo com o número de prótons em seus núcleos. Evidentemente não podem ser frações: trata-se de um número inteiro. Assim, por exemplo, temos a seqüência: Hidrogênio (Z=' ou 1 próton), Hélio (Z=2 ou 2 protons), Lítio (Z=3 ou 3 prótons), Berílio (Z=4 ou 4 prótons), Boro (Z=5 ou 5 prótons) , Carbono (Z=6 ou 6 prótons) e assim sucessivamente até os Mendeleviun (Z=101 ou 101 prótons), Nobélio (Z=102 ou 103 prótons), Laurêncio (Z=103 ou 103 prótons) e mais alguns até Z=126. NÃO HÁ QUALQUER BURACO NA TABELA PERIÓDICA, PORTANTO, TODOS OS ELEMENTOS QUÍMICOS DO UNIVERSO, ATÉ O 126, SÃO CONHECIDOS NA TERRA. Não existe outra Química como podemos constatar, pois a existência de outra química implicaria na existência de outros elementos químicos desconhecidos. Obviamente não descartamos a existência de outros elementos materiais, mas eles são de natureza diferente, tais como as subpartículas que conhecemos e que precisam se combinar de alguma forma para dar origem aos elementos químicos, sem os quais a matéria não se poderia organizar.

Muitos afirmam ingenuamente que existe uma "outra química" para justificar a vida em outros mundos, como vimos, essa idéia não passa de sofisma. O que pode ocorrer é uma imensa variação na forma de combinação dos elementos químicos existentes, dando origem a uma grande diversidade de formas orgânicas - por acaso não é o que acontece na Terra?
Qual a semelhança entre um homem e um gafanhoto? Um homem e algum ser vivo de alguma das regiões abissais do planeta? Químicas diferentes ou substâncias combinadas numa das inúmeras variações possíveis?
A descoberta de novas espécies em regiões profundas dos oceânos serve para ilustrar a grande diversidade da vida em nosso planeta. Os seres recentemente descobertos poderiam ser confundidos com alinígenas sem nenhuma dúvida, dada a aparência bizarra. Veja o caso do polvo-dumbo: suas estruturas semelhantes a orelhas teriam sido, no passado, tentáculos, modificados pela evolução da espécie. Têm como função, servir de nadadeiras, movimentando-o para cima ou para baixo. É encontrado em regiões relativamente profundas, entre 300 e 5000 metros.

Uma outra espécie variante do polvo-dumbo, diferente da anterior que apresenta cerca de 1,5m de comprimento, apresenta-se com apenas 0,20 m. Ele se move com a ajuda das orelhas, dos curtos tentáculos e de um jato de água que suga o oceano e expele pelo corpo para dar impulso. Vive a 400 m de profundidade.

Em regiões mais profundas, onde a luz do Sol não chega e a pressão esmagaria um ser da superfície, os biólogos costuma encontrar inúmeras espécies desconhecidas. São peixes, polvos, lulas, águas vivas, seres que ao longo da evolução adquiriram aparência surpreendente ao se adaptar ao ambiente hostil em que vivem.

Atualmente, cinco submarinos russos, um francês e um japonês, fazem pesquisas em águas profundas, a mais de 3000 m. A cada duas espécies que eles encontram, uma era totalmente desconhecida da ciência. Cerca de 220 espécies diferentes foram encontradas mais recentemente. Encontram-se publicadas num livro recém-lançado nos EUA ( The Deep: The Extraodinary Creatures of the Abiss) . Ao lado temos uma espécie ainda não identificada pelos biólogos. Sabe-se apenas que é um organismo que produz luz própria, algo frequente entre os seres que vivem nas regiões abissais, cerca de 2000 metros de profundidade.



Já este ser ao lado, é um inseto pertencente à sub-ordem Caelifera da ordem Orthoptera, caracterizados por terem "o fêmur" das pernas posteriores muito grandes e fortes, o que lhes permite deslocarem-se aos saltos. Algumas espécies voam em grandes bandos que pdoem devastar grandes áreas agrícolas. Os gafanhotos são polígafos, se alimentam de folhas de vários tipos de plantas, sendo suas preferidas: citros, arros, soja, pastagens, alfafa, eucalipto, entre outras.

Todos os seres vivos do planeta tem algo em comum com os homens: os mesmos elementos químicos, embora combinados de formas diversas.

Como já foi dito, além dos elementos químicos ou dos átomos, considera-se a existência das subpartículas e uma combinação delas (em condições apropriadas) pode dar origem ao elemento químico mais simples que se conhece: o Hidrogênio. Entre eles citamos os Léptons, Quarks e os Bósons intermediários.

O quadro ao lado apresenta uma lista contendo as subpartículas que citamos bem como a simbologia universal usada pela ciência.


Nas Super Novas elétrons passam a orbitar os prótons, formando átomos de Hidrogênio. Os átomos de Hidrogênio representam aproximadamente 75% da massa do gás interestelar, que por sua vez ocupa 99% do volume interestelar. Ro (gás)=1 átomo/cm³, para efeito de comparação Ro(ar)=30.10^18 mol/cm³.
Um átomo neutro de H emite uma radiação quando a direção de rotação do próton e létron é alterada - onda de 21 cm de comprimento com uma freqüência em torno de 1420000000 Hz. A aglomeração dos átomos em nuvens aumenta a atração gravitacional e favorece o colapso da massa aumentando a temperatura e formando uma estrela - o calor opõem-se a completa contração. Portanto, as estrelas são formadas pelo adensamento do hidrogênio.
Com o tempo, formam-se todos os elementos da tabela periódica, finalizando com o ferro - núcleo da estrela - quando então ocorre a interrupção do processo de fusão e tem início o total colapso da matéria.
A contração da matéria sobre um núcleo metálico não compressível gera um ricochete explosivo, que dispersa uma nuvem de isótopos mais pesados no espaço interestelar, é quando se forma a molécula de água. O diagrama apresentado ao lado foi obtido de Alpha Aa Capella, através do EXOSAT, MOSTRA A DISTRIBUIÇÃO DAS LINHAS DE FERRO, lembrando que 1 angstron corresponde a 10^(-10) m. Entretanto, a corona mais profunda, quente da estrela Aa é muito mais variável do que a apresentada na estrela Ab. Os espectros ultravioletas extremos das estrelas Aa e Ab indicam a presença de linhas de emissão de ferro (Fe XV ao Fe XXIV) o que indica início de colapso da matéria: Capella Aa e Ab caminha rapidamente para uma Super Nova. Mas pelo processo que descrevemos acima, apresenta uma concentração razoável de moléculas de água, sem que isso possa significar a presença de vida orgânica. Precisamos estar atentos ao fato de que não existe qualquer planeta nas cercanias do sistema.
COMO SE FORMOU A ÁGUA NA TERRA?
A nebulosa que originou o sistema solar possuia uma grande quantidade de água. O volume de água existente na Via Láctea pode superar em alguns milhões de vezes o volume do Sol, isto se considerarmos uma estimativa feita em cima do que foi descoberto. Uma vez que o centro da nebulosa que entrou em colapso, criando o Sol, a matéria restante ao redor iniciou um movimento de rotação, dando origem ao movimento orbital de fás e de poeira cósmica.
MUITO AO CONTRÁRIO DO QUE PENSAVA EMMANUEL, A TERRA QUANDO FOI FORMADA JÁ CONCENTRAVA MOLÉCULAS DE ÁGUA. Gelo tende a se formar sobre os grãos de poeira, como tem sido observado em várias nuvens de gás observadas fora do sistema solar. A formação de planetesimais associa-se à presença de água. Em cerca de 1 milhão de anos a coalescência de poeira deu origem a planetesimais e eventualmente a protoplanetas. Após a formação de algumas dezenas de pequenos planetas, choques violentos passam ocorrer, acionando o efeito maré, acabam por se fundir, pois a colisão de grandes corpos estelares gera grande quantidade de calor, o que pode acabar fundindo e até mesmo vaporizando as rochas, ocasionando a liberação de moléculas de água que mais tarde se resfria congelando.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Capella, uma estrela muito jovem ...

O diagrama ao lado mostra como ocorre a captura de plasma por uma componente de um sistema duplo. Fato semelhante ocorre com as duas estrelas principais do sistema capelino. A seguir temos uma imagem impressionante de Capella onde se pode ver com absoluta clareza o que acabamos de afirmar.

No Sistema Capella (Alpha-Aurigae) temos como estrelas principais uma BINÁRIA DO TIPO SPECTROSCOPIC, duplamente alinhada. Com a estrela Aa ligeiramente mais maciça, evoluindo mais rapidamente e um pouco mais fria que sua companheira Ab. Ambas se apresentam em seu primeiro ascendente para uma gigante vermelha. A estrela Aa já iniciou a fusão de seu hélio interno no carbono, pois a baixa quantidade de lítio em sua superfície é indicativa de uma diluição por um envelope inteiramente convectivo.
Veja no figura seguinte (a segunda desta página) o que está ocorrendo neste momento com as componentes Aa e Ab do sistema capelino.
O esquema feito acima reproduz com fidelidade a turbulência exibida na foto real.
Pelo fato da estrela Aa ser mais maciça ela possui uma força gravitacional maior e o efeito da maré que ocasiona em Ab gera maior turbulência, o que provoca um deslocamento de plasma no sentido da estrela de menor massa para a de maior massa. Em nada se compara à Terra tanto em matéria de estabilidade como em sua linha evolutiva. Veja você mesmo a foto ao lado.

A estrela de maior massa encontra-se na parte inferior.


Uma estrela jovem pode morrer antes de uma estrela velha? Com certeza isso ocorre quando a estrela jovem possui muito mais massa que o nosso Sol, que tomamos como referência pois dados muito bons asseguram sua idade em torno
de 6 bilhões de anos. Para efeito de comparação vamos fazer uma estimativa da idade de Capella
Aa . Consideremos a fórmula que demonstramos sumariamente em uma outra parte deste trabalho. Elaboramos um programinha bem simples em QB para agilizar os cálculos, uma vez que teríamos de recorrer a logaritmos para resolvê-la manualmente.
REM Cálculo do tempo médio de vida de uma estrela
REM
10 CLS
PRINT "Entre com o nome da ESTRELA:": INPUT n$
PRINT "Tempo de vida médio da Estrela:", n$
LET ms=1.99E+30
PRINT
PRINT "Razão entre as massas ms (do Sol) e da estrela (me)": PRINT
INPUT r
PRINT "me/ms =", r
REM Tomando por base a estimativa média do tempo de vida do Sol
LET vs=5500000000
PRINT "Massa do Sol:",ms
LET ve=vs*(1/r)^(2.33)
PRINT
PRINT "-----------------------------------------------------------------------------"
LET me=r*ms
PRINT "Tempo de vida média da estrela", n$
PRINT
PRINT "ve=",ve
PRINT "Tempo de vida média do Sol:",vs
PRINT
PRINT "Outro Cálculo?", "Digite s para continuar ou outra tecla para encerrar"
INPUT B$
IF B$="s" or B$="S" then GOTO 10
STOP
O resultado obtido foi o seguinte:
Massa do Sol: 1.99 E+30
me/ms = 2.7
Tempo de vida média da estrela Alpha Aurigae ou Aa Capella:
ve=5436072E+08
Tempo de vida média do Sol:
vs=5.5 E+09
O resultado mostra que a idade da estrela Aa encontra-se avaliada em torno de 543 milhões de anos. Algumas estimativas recuam um pouco mais: algo em torno de 525 milhões de anos. Não se pode esperar uma precisão quase absoluta em tal cálculo. Mas o fato mais apreciável é que, seguramente a idade de Capella (Aa) é oito vezes menor do a idade do Sol. Por certo, quando Capella se formou, alguns dinossauros já andavam na Terra.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

A Base Química da Vida

Os Espíritos, de fato, não podem tudo revelar e não são infalíveis. Usar o argumento de que são Espíritos perfeitos é outro erro de juízo cuja fragilidade fica evidente quando indagamos sobre uma questão de mérito: pode uma criança no rudimento de seus estudos de aritmética julgar a excelência de um Doutor ou de um PHD em álgebra abstrata ou em Cálculo avançado? Claro que não. Do mesmo modo como é possível, Espíritos ainda tão primários, julgar a excelência de algum outro Espírito classificando-o como perfeito ou como próximo da perfeição, se não dispõe do conhecimento indispensável que lhe garanta um referencial de perfeição somente do conhecimento de outro Espírito perfeito e de Deus?

“Que pensaríeis de um homem que se erigisse em censor de uma obra literária sem conhecer literatura? De um quadro sem ter estudado pintura? É de uma lógica elementar que o crítico deva conhecer, não superficialmente, mas a fundo, aquilo de que fala. Sem o que sua opinião não tem valor.” – Allan Kardec (O que é o Espiritismo).

Para tratar de assuntos de Astronomia o mínimo exigido é que o crítico tenha um conhecimento razoável da ciência, principalmente de sua metodologia. Astronomia significa, etimologicamente falando, “a Lei das Estrelas” (do Grego: άστρο + νόμος), qualquer que seja o juízo que se deseja apresentar. É uma ciência que envolve a observação e a explicação de eventos que ocorrem fora dos domínios da Terra. Estuda a origem planetária, a evolução e propriedades físicas e químicas de tudo que pode ser observado direta ou indiretamente no espaço cósmico, bem como todos os processos que os envolvem.

“Para combater um cálculo, é preciso opor-lhe outro cálculo, mas, para isso, é preciso saber calcular. O crítico não deve se limitar a dizer que tal coisa é boa ou má; é preciso que ele justifique sua opinião por uma demonstração clara e categórica, baseada sobre os próprios princípios da arte ou da ciência. Como poderá fazê-lo quem ignora esses princípios? Poderíeis apreciar as qualidades e os defeitos de uma máquina se vós não conheceis a mecânica?”

Nossa crítica é orientada com base no pensamento kardeciano. Não deixaremos de examinar todas as ponderações que venham a ser feitas em oposição ao que defendemos, mas abraçaremos com cuidado e zelo às que venham a ser formuladas por estudiosos das “Leis das Estrelas”, desde que constituam tentativas para nos provar qualquer erro.

Não adianta querer inventar a verdade não se muda. A base química da vida não sofre variações no Universo - os elementos químicos serão sempre os mesmos, o que pode variar é a forma de se combinarem na constituição das substâncias. Nossa vida é devida particularmente ao Sol, que nos aquece e tem mantido a Terra girando em sua órbita estável e na zona habitável do sistema por quase 5 bilhões de anos. Mas nós não existiríamos se não fosse o carbono, o oxigênio e tantos outros elementos que nos constituem e contribuem para a riqueza da Terra e do Universo.









Onde foram criados esses elementos? O Sol não é responsável por isso, pois, tais elementos em sua superfície já estavam lá na época de seu nascimento.


O processo de formação dos elementos químicos em estrelas é conhecido como NUCLEOSSÍNTESE e ocorre no interior de estrelas como o Sol e de outras ainda mais complexas. Concorrem para isso as temperaturas e/ou as pressões colossais, favorecendo a interação próton-próton cuja cadeia expõe a anti-partícula e+ (pósitron), o neutrino (n) e a radiação gama (g).


No primeiro estágio, dois núcleos de hidrogênios se fundem para formar o núcleo de dêuteron, quando então um pósitron e um neutrino são emitidos. Como o neutrino não tem carga elétrica e se apresenta transparente ao campo gravitacional, consegue escapar em ato contínuodo interior da estrela. Tanto o pósitron como o elétron - respectivamente partícula e antipartícula - se aniquilam emitindo radiação gama. Em seguida ocorre a fusão do núcleo de dêuteron com o hidrogênio para então formar um isótopo do hélio com dois prótons e um nêutron em seu núcleo, ocorrendo no processo, mais emissão de radiação gama. Mas não pára aí: dois desses núcleos se fundem para formar um núcleo de hélio e um núcleo de hidrogênio. Nas estrelas mais quentes que o Sol e que se apresentam em uma outra fase de sua evolução, predomina o cíclo carbono-hidrogênio - fase conhecida como "ciclo do carbono" que tem início com a fusão de um núcleo de carbono, tendo como produtos um isótopo do nitrogênio e radiação gama. O ciclo é finalizado após a inserção de mais trÊs núcloes de hélio e o núcleo de carbono. Como no Universo não há perdas, frações de massas são convertidas em energia que quantitativamente pode ser calculada pela famosa equação de Einstein: E=mc². Na conversão de 4 átomos de H para 1 de He 1% da massa consumida dá lugar ao equivalente em energia.

Uma síntese do processo é apresentada no diagrama abaixo:


Na supernova observada por Tycho Brahe, no ano de 1572, apresenta atualmente apenas o que sobrou da explosão cataclísmica. São significativamente interessantes para o estudo da NUCLEOSSÍNTESE e, consequentemente, da origem dos elementos químicos. Ao lado temos uma ilustração da matéria arremessada pela onda de choque da explosão.



Uma supernova ocorre quando uma estrela massiva o seu material nuclear. Após esse instante a estrela deixa de estar em equlíbrio e colapsa, libertando enorme quantidade de energia. As camadas mais internas colapsam para o núcleo mas acabam por ser refletidas para trás devido à onde de choque que é também refletida pelo núcleo da estrela. Temos observado em Alpha Aa e Ab Aurigae (as duas gigantes amarelas conhecidas como estrelas mães de Capella) alguns indícios de que está ocorrendo alí algo que poderá resultar em uma, ou melhor duas supernovas. A ocorrência desse fenômeno deverá ser colossal.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Sobre a Vida em Outros Mundos


A EXOBIOLOGIA É A CIÊNCIA QUE ESTUDA A POSSIBILIDADE DA VIDA EM OUTROS MUNDOS. Com a descoberta de planetas em órbita de outras estrelas, não se pode deixar de imaginar sobre a possibilidade da existência de vida além do nosso sistema solar. Apesar de não ter sido encontrada ainda qualquer evidência de vida extra-planetária, e todo o conhecimento sobre organismos e processos biológicos estar limitado ao que se tem acesso na Terra, existe uma série de hipóteses e especulações que podem ser criadas para se tentar prever como a vida se desenvolveria e se adaptaria em outras esferas planetárias.

[Allan Kardec in nota à resposta da Q. 55 de O Livro dos Espíritos]

Deus povoou de seres vivos os mundos, concorrendo todos esses seres para o objetivo final da Providência. Acreditar que só os haja no planeta que habitamos fora duvida da sabedoria de Deus, que não fêz coisa alguma de inútil. Certo, a esses mundos há de ele ter dado uma destinação mais séria do que a de nos recrearmos a vista. Aliás nada há, nem na posição. nem no volume, nem na constituição física da Terra, que possa induzir à suposição de que ele goze do privilégio de ser habitada, com exclusão de tantos milhares de milhões de mundos semelhantes."

Precisamos responder a muitas perguntas antes de apresentarmos qualquer conclusão, negando ou aceitando, a existência de vida orgânica em um exoplaneta, por exemplo:

1- O que é necessário para uma estrela ter em sua órbita algum planeta capaz de abrigar a vida orgânica?

2- As condições, para existir vida em algum lugar do universo precisam ser, em qualquer planeta, as mesmas existentes na Terra?


3- Existe alguma forma de vida com base em alguma química desconhecida do homem?


4- Uma estrela tem vida?

Apresentaremos, a seguir, alguns fatos importantes na tentativa de respondermos uma a uma, cada questão proposta.




Diagrama Hertzsprung-Russell

A primeira condição, para que se possa considerar uma possibilidade, mínima que seja, de existência de algum planeta localizado em uma zona habitável, é que ele esteja na seqüência principal do diagrama HR.


Histograma do número de estrelas perto do Sol, por tipo. A distribuição de estrelas por massa na seqüência principal chama-se Função Inicial de Massa (IMF), e indica que para cada 300 estrelas de 1 massa solar existe somente uma com 10 massas solares [IMF~(M/MSol)-2,35, Edwin E. Salpeter. 1955, Astrophysical Journal, 121, 161].


Se a estrela não se encontra na seqüência principal não será suficientemente estável para possuir um sistema planetário, onde algum de seus componentes possa estar numa zona habitável. O diagrama Hertzsprung-Russel, ou de forma simplificada, diagrama HR mostra algumas relações gerais entre as estrelas e possíveis ciclos de queima que estariam ocorrendo em seus interiores. Na figura acima, a seqüência principal aparece indicada por V, é onde se encontra o nosso Sol (na faixa alaranjada), justamente a faixa que indica a presença das estrelas que queimam hidrogênio. Na faixa IV, as estrelas queimam hélio produzindo carbono e oxigênio. Capella encontra-se na seqüência III onde as gigantes amarelas esgotaram praticamente todo o hélio que tinham a queimar e já iniciam a queima do carbono, evoluindo rapidamente para a faixa II, das gigantes vermelhas.

Ainda é um desafio para os astrônomos o estudo da evolução estelar numa escala de milhões ou bilhões de anos, pois nossa vida útil na Terra não vai muito além de 50 anos. Com o diagrama HR podemos ter muitas respostas: basta observar todos os tipos de estrelas existentes em todas as suas fases evolutivas possíveis, e tais estrelas podem perfeitamente estar ajustadas no diagrama HR. Pesquisadores desenvolvem teorias sobre como são as peças do quebra-cabeça que, uma vez montado, justamente com as teorias físicas, poderá informar sobre a vida de uma estrela. Capella é uma estrela muito conhecida, principalmente pela sua localização e grandeza – está perfeitamente determinada no diagrama HR, onde não deixa qualquer dúvida sobre suas características mais relevantes. O diagrama HR e suas variações, serve para correlacionar e deduzir parâmetros estrelares que são, em geral, muito difíceis de serem obtidos diretamente.


Estrelas turbulentas, não estáveis, como Capella (Alpha Aurigae) e Betelgueuse, geralmente, despejam a grandes distâncias jatos de plasma a elevadas temperaturas. Inviabiliza qualquer forma de vida orgânica, mesmo porque a quantidade de Raio X seria mortal.

Dependendo do tamanho e da massa da estrela, jatos de plasmas podem ultrapassar em muito a distância de 200 UA e sua temperatura pode superar milhões de graus Kelvin, inviabilizando a existência de uma zona habitável.


Quando o combustível no núcleo de uma estrela termina, ela começa a morrer, saindo da seqüência principal, quando suas características voltam a se alterar. Em termos gerais, os estágios finais da evolução estelar podem ser mais tranquilos ou mais catastróficos, e isso vai depender crucialmente da mass das estrelas.

A massa estelar é um fator determinante para o fim. O tempo de vida t* de uma estrela na seqüência principal depende de quanta energia ela tem armazenada (sua massa M* ) e a taxa com que ela gasta essa energia (sua luminosidade L*). Esse tempo de vida pode ser expresso por t*=M*/L* . Podemos então estimar t* a partir da relação :


Sendo a relação massa-luminosidade dada por: (equação dada abaixo)





Desta forma, temos a equação abaixo:

Isso nos indica que estrelas de altas massas ficarão na seqüência principal por um curto período e as de baixa massas ficarão nela por um tempo muito maior. Exemplos de casos extremos são as estrelas do tipo O ou B que ficam nessa fase apenas algumas dezenas de milhões de anos, e as estrelas do tipo anãs vermelhas, que podem ficar alguns trilhões de anos tranquilamente queimando seu hidrogênio. As duas gigantes amarelas, que são as estrelas principais do sistema capelino, apesar de uma idade oito vezes menor que a do Sol, deixou a seqüência principal há muitos milhões de anos atrás.